Ana Maria Braga não faz perguntas básicas a Daniel e culpa polícia e “mídias sociais” pelo caso
Mauricio Stycer
21/03/2012 10h31
Ana Maria Braga conseguiu a proeza de não fazer nenhuma pergunta sobre a fatídica noitada em que Daniel, sob o edredon com Monique, deu a impressão de fazer sexo não consensual, levando a polícia ao Projac e a seu afastamento do "BBB12". Também não exibiu nenhuma imagem da cena.
Ouvida pela polícia, Monique disse que as carícias foram de comum acordo, embora não se lembrasse de tudo o que ocorreu. Convidada a ir ao "Mais Você", a jovem alegou cansaço e não deu as caras nem atendeu ao pedido de Ana Maria Braga, feito ao vivo, para falar por telefone.
Num resumo que fez do caso, o "Mais Você" disse que Daniel foi eliminado do "BBB" por culpa do delegado que resolveu investigar o caso, e não por "infração ao regulamento do programa", como disse Pedro Bial na ocasião.
"Daniel foi afastado do 'BBB12' no dia 16 de janeiro. Isso porque o delegado Antonio Ricardo Lima Nunes, titular da 32ª DP em Jacarepaguá, abriu inquérito policial para apurar o suposto crime", disse o programa de Ana Maria Braga.
"Não houve uma denúncia formal, mas o Ministério Público resolveu abrir inquérito para apurar o fato apontado pelas mídias sociais", acrescentou o "Mais Você", elevando o Twitter à categoria de Quarto Poder.
Ana Maria é jornalista, mas se comportou como "amiga". Ao menos podia ter sido orientada a fazer uma ou duas perguntas mais interessantes. Tipo: O que aconteceu sob o edredon? Preferiu dizer coisas como: "Os sentimentos lá são muito intensos, né?" Ou: "Adrenalina a mil porque o sonho está se realizando".
Depois disse: "Assim que acabar esses problemas com os advogados, o Daniel pode vir aqui explicar o que aconteceu. É uma questão de justiça", disse o apresentador. E Faustão ainda acrescentou, para delírio da sua plateia: "Ele vem aqui, dá a versão dele e aí põe para votar se o público quer ou não que ele volte para o programa. Nesses anos todos de televisão, eu aprendi que quem manda é quem vê".
Boninho, numa rara entrevista sobre o caso, viu "racismo" nas suspeitas sobre Daniel. Não à toa, o "Mais Você começou com uma reportagem sobre um caso de acusação de racismo envolvendo um professor no Maranhão.
Em tempo: leia mais sobre a participação de Daniel no "Mais Você" aqui.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.