Aguinaldo Silva compra brigas feias dentro da Globo
Mauricio Stycer
27/09/2011 12h35
Desde a estreia de "Fina Estampa", Aguinaldo se desdobra como publicitário de si mesmo, advogado e pugilista. Vive apregoando os bons resultados da novela no Ibope, antecipa cenas que serão vistas, defende-se das críticas e ataca, quase sempre com violência, jornalistas que o desagradam.
De todas as brigas recentes, as mais surpreendentes ocorreram com adversários dentro das próprias Organizações Globo. A primeira foi com Walcyr Carrasco, a quem acusou de ter ouvido uma ideia sua, a história de Griselda e seu filho estudante de medicina, e a copiado em "Morde & Assopra".
A segunda foi com Patrícia Kogut, colunista do jornal "O Globo". A confusão começou no final de agosto, quando ela deu "nota zero" para uma cena da novela (a professora Letícia atendeu o celular em plena sala de aula) e, em resposta, foi chamada de "crítica improvisada" pelo autor.
A discussão evoluiu quando Jorge Bastos Moreno, colunista político do "Globo", chamou Aguinaldo para briga. "Autor de novela deve ter compostura! Pode até não aceitar críticas, se achar uma prima-dona, mas a falta de modos compromete o trabalho." E prosseguiu:
O que se esperar de uma novela cujo autor se apresenta vulgar e desrespeitoso, achando que pode dizer o que bem entende e sobre todos. Ninguém gosta se ser criticado, mas responsabilidade da atividade profissional exige um mínimo de compostura. Não é no grito da vulgaridade que vão calar a crítica! É uma ameaça estúpida, inútil e imbecil! É de gente sem limites, que se acha poderoso. O mundo mudou e esse tipo de gente quer viver dos métodos antigos. Acha que mete medo em jornalista. Em mim, mete: tenho medo da mediocridade.
Um primeiro desdobramento destas duas brigas pode ser lido na edição de hoje da "Folha", que informa sobre o interesse de Walcyr Carrasco de deixar a Globo, por julgar que a emissora se omitiu diante das acusações feitas pelo autor de "Fina Estampa".
Outros capítulos certamente ainda virão. Especialmente por causa desta briga com jornalistas da "casa".
Em tempo: Mais informações sobre "Morde & Assopra" podem ser encontradas aqui e sobre "Fina Estampa", aqui, no UOL Televisão.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.