Galisteu sem graça e edição sem conflitos explicam audiência de reality
Mauricio Stycer
19/09/2011 12h03
"Projeto Fashion" deixou a Band em quinto lugar na disputa pelo público, com humilhante um ponto de audiência. Um desastre grande, de fato, mas que não reflete a qualidade do programa.
Franquia de um reality americano, já exibido em outros países, "Projeto Fashion" apresenta uma disputa entre doze jovens estilistas, submetidos a provas de criatividade, versatilidade e agilidade. A cada semana, um é eliminado por um júri formado por especialistas. Durante as provas, eles são assessorados pelo estilista Alexandre Herchcovitch.
Muito bem produzido, "Projeto Fashion" não deixou nada a dever a outros programas do gênero. Explorou pouco, porém, o que os realities fazem melhor: os visíveis conflitos, tanto entre os participantes, quanto entre os jurados. A elegante edição do primeiro episódio pode ser considerada um defeito para quem está interessado neste tipo de atração.
Já Adriane Galisteu não acrescentou nada ao "Projeto Fashion". Dura, sem jogo de cintura, sem graça, lendo o texto que lhe coube, a apresentadora, mais uma vez, não disse a que veio. É uma figura que, há anos, atrai os holofotes por motivos e talentos, a rigor, desconhecidos.
Atualizado às 19h30: A Band já previa, desde antes da estreia, reprisar "Projeto Fashion" durante a semana, em um horário mais atraente que o sábado, às 23h45. A decisão foi tomada esta tarde. A reprise será às terças, às 20h25. Será uma oportunidade para observar se o horário, de fato, contribuiu para o insucesso da estreia.
Em tempo: Conheça os participantes do programa aqui. E leia uma entrevista com Adriane Galisteu, na qual ela diz que a apresentadora do reality americano "Project Runway", Heidi Klum, é uma inspiração para ela.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.