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Último capítulo teve erro de continuidade, esquecimentos e repetição

Mauricio Stycer

20/08/2011 17h00

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ao detalhar para a polícia, no último capítulo de "Insensato Coração, como matou Norma (Gloria Pires), Wanda (Natalia do Valle) reconstitui a cena que havia sido exibida três dias antes, mas agora sob o seu ponto de vista. Vemos a sua chegada à mansão, ouvimos a discussão entre Norma e Leo, a confusão que se segue por causa da arma e a fuga do vilão pela janela. Wanda pega a arma no chão e entra na sala. Norma, assustada, levanta as mãos e diz:

"Não faz uma bobagem dessa!"

Minutos depois de encerrada a cena, o leitor Elison Pires (@ elisonop) me alertou no Twitter que havia ocorrido um erro de continuidade em relação à cena exibida na terça-feira (16). Não consegui dar atenção na hora porque o capítulo final ainda não tinha terminado. Neste sábado, o leitor Paulo Henrique (@_paulohenrique7) me mandou os dois vídeos com a mesma cena e, da fato, a diferença salta aos olhos. Na primeira vez em que a cena foi exibida, Norma diz, ao ver a sua assassina (que não sabemos quem é):

"Não faz uma besteira dessa!"

Só a pressa pode explicar um erro grosseiro destes no último capítulo de uma produção do porte de "Insensato Coração". Palmas para os detetives que o perceberam.

Outros erros e falhas, que também podem ser creditados à pressa, foram observados no último capítulo.

A leitora Joseane Luiza Bringhenti chama a atenção para a cena em que se assina o contrato de união civil entre os dois personagens gays, Eduardo (Rodrigo Andrade) e Hugo (Marcos Damigo). Ao ler o documento, o advogado Nelson (Edson Fieschi) diz:  "Com fundamento na Constituição Federal, artigo 266…"  Como a Constituição tem "apenas" 250 artigos, o advogado provavelmente estava se referindo ao artigo 226, que trata da família e do casamento.

Em outro casório, o de Raul e Carol, vários leitores se surpreenderam ao ver a noiva colocar a aliança no dedo direito do noivo, um símbolo de noivado, não de casamento.

O leitor Pedro Fialho  (@Fialho_Pedro) notou um fato engraçado. Raul (Antonio Fagundes) veste uma camisa azul durante o depoimento de Wanda na delegacia. Na cena seguinte, que ocorre no mesmo dia, vestindo uma camisa branca, ele ouve uma declaração de amor de Carol (Camila Pitanga). Aparece então uma legenda informando uma passagem de tempo ("meses depois") e Raul vai visitar Leo na prisão. Adivinhe que roupa ele usa? A mesma camisa azul da cena da delegacia.

O leitor Emilio Moreno (@emiliomoreno) ficou revoltado que, no final da novela, ao exibir fotos de todos os atores que participaram da trama, foi esquecido o nome de Tarcísio Meira, o Teodoro da trama. Outro leitor, anônimo, se deu conta que também foram esquecidas Louise Cardoso, a Sueli, e Cristiana Oliveira, a Araci.

As leitoras Maíra Goldschmidt (@MGoldschmidt) e Cristiane Paiva (@crisrpaiva27) não viram a foto de Fernanda Paes Leme, a Irene. E Leonardo Dahi (@dahileonardo) lamentou a ausência de Ana Beatriz Nogueira, a Clarice da novela.

Naturalmente, as duas falas de Norma na mesma cena já caíram na rede. Veja abaixo o erro:

[uolmais type="video" ]http://mais.uol.com.br/view/11979778[/uolmais]

Em tempo: As duas cenas também estão disponíveis na íntegra no site da novela. A primeira, exibida no dia 16, pode ser vista aqui. A segunda, vista no dia 19, está aqui.

Mais informações: Alguns leitores perguntam sobre o número de mortos na novela, foram 25. Fiz um levantamento detalhado aqui. Minha opinião sobre a novela está no texto "Insensato Coração" poderia ter se chamado "Malandros e Manés", publicado no UOL Televisão.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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