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Ex-BBB revela prejuízos que programa causou em sua carreira

Mauricio Stycer

10/01/2011 18h38

Elenita Rodrigues foi uma das participantes mais notáveis da décima edição do BBB. Doutora em lingüística, professora universitária, perfil físico distante do modelo apreciado pelas revistas masculinas, foi uma espécie de peixe fora d´água no reality show.

Fã de Clarice Lispector, Elenita meteu-se em várias confusões e brigas no programa. Chorou muito, fez poucas amizades e saiu com 52% dos votos na sexta votação, que disputou com Lia (41%) e Anamara (7%).

Como a maioria dos ex-BBB, Elenita caiu no esquecimento do grande público. Mas a participação no programa deixou marcas profundas nela, como descobri esta semana, lendo o seu blog.

Na quinta-feira, 6, Elenita informou que não vai comentar nada sobre a décima-primeira edição. A decisão foi tomada depois de festejar a convocação para o BBB 11 de Rodrigo Carvalho, seu amigo.

Manifestei minha torcida a ele, de forma veemente, como sempre faço. Em questão de segundos, já havia voltado uma avalanche de gente que nunca conseguiu enxergar nada além da edição das imagens do programa pra me dizer as mesmas coisas de sempre… "complexada", "baleia", "piranha gorda". Eu não preciso desse tipo de publicidade, sabe?

Em seguida, Elenita fez a observação que mais me impressionou:

A verdade é que fiz foi perder dinheiro participando do BBB (perdi credibilidade no círculo acadêmico e fui vetada em quase todas as bancas de que participava e que constituíam duas, três vezes o valor do salário que ganho agora).

Alguém poderá dizer: nada mais previsível. É verdade. A exposição pública em um programa como o BBB implica em muito mais coisas a perder do que a ganhar. É um gesto de coragem extrema, desespero ou loucura participar. Elenita ainda escreveu:

Eu sabia do preço que pagaria quando me inscrevi, não me arrependo por ter vivido a experiência, MAS NÃO VOU DESTINAR MAIS UM DIA DA MINHA VIDA E DA MINHA ENERGIA A UMA EXPOSIÇÃO QUE ATRAI O QUE HÁ DE PIOR NO UNIVERSO PRA PERTO DE MIM.

Diferentemente do que diz, pelo visto, Elenita não tinha a noção exata do impacto de sua participação no programa. Uma pena. Mas aceitável.  Não acho que ela esteja pedindo compreensão ou piedade a seus leitores em mais esta exibição pública de sua privacidade. Merece a reflexão dos leitores.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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