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“Filhos da Pátria” fala de políticos além de Bolsonaro, diz Bruno Mazzeo

Mauricio Stycer

22/10/2019 05h01

No ar às terças-feiras, na Globo, a segunda temporada de "Filhos da Pátria", ambientada em 1930, tem chamado a atenção pelas muitas referências aos dias atuais, em especial ao governo Bolsonaro. "Acabou a mamata", disse um personagem. A protagonista, Maria Teresa Bulhosa (Fernanda Torres), fez "arminha" com as mãos e falou que "meninos vestem azul, meninas vestem rosa".

Criador da série, o roteirista e ator Bruno Mazzeo diz que, apesar destas associações com 2019, o alcance da série é bem mais amplo: "É claro que referências atuais vão estar presentes porque a gente está falando desta nossa realidade. Mas têm outros clássicos da política brasileira, do House of Cards brasileiro".

Nesta entrevista exclusiva ao UOL, Mazzeo fala também da enorme repercussão da nova "Escolinha do Professor Raimundo", na qual vive o papel criado por seu pai, Chico Anysio. O que era para ser um especial de poucos episódios para o canal Viva, em 2015, se tornou um sucesso na Globo, já com cinco temporadas. "Veio uma corrente de afeto que a gente não esperava. Passei a ser chamado de filho do Chico Anysio", conta.

O ator e roteirista também comenta as mudanças no humor e não vê maiores dificuldades no trabalho causadas pelas exigências do "politicamente correto". Diz ele: "O humor é uma coisa que fala da sociedade, é atual. É natural que tenha que evoluir junto com a sociedade".

E exemplifica: "Tem situações que não cabem mais no nosso cotidiano, consequentemente, não cabem mais na nossa dramaturgia. Na 'Escolinha', tiramos a personagem da Ellen Roche limpando o quadro-negro".

Mazzeo revela, ainda, detalhes sobre dois projetos em que está envolvido, para exibição futura. Um é a volta da sitcom "Cilada" (2005-2009), exibida por cinco temporadas no Multishow e, parcialmente, no "Fantástico". A nova encomenda é de uma temporada para a Globoplay.

O outro projeto, para a Globo, é de uma série inspirada no romance "Fim", de Fernanda Torres, na qual Mazzeo vai viver um dos protagonistas.

A entrevista com Mazzeo está disponível em três versões. No alto deste texto, o vídeo completo, no You Tube. Abaixo, uma versão resumida com os melhores momentos. E neste link, encontra-se uma opção em podcast.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.