No fim, “O Sétimo Guardião” cometeu o maior dos pecados: gerou indiferença
"O Sétimo Guardião" não foi uma novela de extremos. Não provocou maior amor. Não gerou ódio. Não irritou. Não tratou de temas polêmicos. Não se arriscou. Não ousou. Cometeu, enfim, o maior dos pecados: gerou indiferença.
Assistindo ao último dos 161 capítulos, me dei conta que estava totalmente desinteressado pelo destino daqueles personagens. Não me decepcionei com nada, porque não esperava nada. Não torci por ninguém, nem contra nem a favor.
Vá lá. Fiquei chateado com UMA coisa. Esperava que Mirtes (Elizabeth Savalla) tivesse sido má até o fim da novela e sofresse por isso. Foi uma ótima personagem, estragada pela inexplicável decisão do autor de redimi-la após a morte de Milu (Zezé Polessa).
O capítulo final de "O Sétimo Guardião" foi besta. Tiros pra cá, tiros pra lá… O vilão Olavo, sem o menor jeito para bandido armado, levou um tiro de Valentina e morreu falando "que merda é essa?". Gabriel, o herói mais chato da história da teledramaturgia, morreu para proteger a amada de um tiro – e ninguém reclamou ou se emocionou com isso.
O prefeito levou um tiro no peito e reapareceu numa boa, além de ter colocado o filho em seu lugar. O gato Leon ressurgiu. O imbecil do Nicolau chamou a filha Milu de "Neymara".
Enfim, nem vou me alongar sobre as situações sem sentido e os personagens esquecidos nesta resta final. Nada disso me incomodou. E acho que Aguinaldo Silva não estava nem um pouco preocupado com isto.
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