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Com 5 entrevistas, Record foi a favorita de Bolsonaro nos últimos 3 meses

Mauricio Stycer

01/01/2019 10h49

Bolsonaro concede entrevista a Carlos Nascimento, Débora Bergamasco e Thiago Nolasco , do SBT

O jornal "SBT Brasil" exibe, nesta quinta-feira (3), a primeira entrevista de Jair Bolsonaro após ele ter assumido a presidência da República. Já gravada, a entrevista foi concedida aos jornalistas Carlos Nascimento, Débora Bergamasco e Thiago Nolasco. O SBT não divulgou nenhuma declaração do presidente, mas apenas os temas da conversa: as primeira medidas no governo, reformas prioritárias, relações internacionais e próximos passos.

Trata-se de um feito da emissora de Silvio Santos, mas ainda assim nada comparável ao desempenho da Record neste quesito. A emissora de Edir Macedo já conseguiu fazer cinco entrevistas exclusivas com Bolsonaro nos últimos três meses, desde o atentado que sofreu em setembro, em plena campanha eleitoral. A mais recente ocorreu às vésperas da posse, exibida no principal telejornal da emissora na noite de 31 de dezembro.

A primeira entrevista, realizada pelo repórter Eduardo Ribeiro, assim como as demais, foi ao ar no dia 4 de outubro, exatamente no mesmo horário em que a Globo exibiu o último debate com os principais candidatos à Presidência.

No dia 29 daquele mês, um dia após a vitória no segundo turno, Bolsonaro escolheu a Record para a sua primeira entrevista ao vivo. Naquele dia também falou ao vivo com a Globo e o SBT e apareceu em entrevistas gravadas na Band e na RedeTV!.

No dia 1º de novembro, Bolsonaro voltou a dar entrevista exclusiva à Record para relatar o seu encontro com Sergio Moro, após convidá-lo a assumir o Ministério da Justiça. No dia 14, o presidente eleito falou novamente com a emissora sobre a pauta do encontro que teria naquela ocasião com Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados. E agora, no dia 31 de dezembro, falou a respeito da relação com Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar do deputado e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), investigado pelo Ministério Público, e dos planos de desburocratizar o Estado.

A Record teve ainda o privilégio de ser a única emissora a exibir uma entrevista com a futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, exibida no dia seguinte à vitória eleitoral. E, em mais de uma ocasião, teve acesso a imagens de Bolsonaro na intimidade, seja em sua casa, seja no hospital, fazendo exames.

Depois da Record, a emissora que mais teve acesso a Bolsonaro nestes últimos três meses foi a Band, com direito a três entrevistas. José Luiz Datena entrevistou o então candidato no final de setembro, ainda no Hospital Albert Einstein, onde convalescia do atentado sofrido naquele mês. No dia 29 de outubro, já como presidente eleito, ele falou longamente com dois repórteres da emissora. E em 5 de novembro deu nova entrevista a Datena.

A RedeTV! conseguiu entrevistar Bolsonaro duas vezes no período. A primeira, realizada por Boris Casoy, também no final de setembro, no hospital. E a segunda, no dia seguinte à vitória nas eleições.

Globo e SBT exibiram apenas uma entrevista exclusiva com Bolsonaro – as duas no dia 29 de outubro. Um mês antes, em 29 de setembro, dia em que teve alta hospitalar e voltou para o Rio, uma repórter da Globo, Graziela Azevedo, conseguiu falar por dois minutos com Bolsonaro dentro do avião — e uma de suas declarações, sobre urnas eletrônicas, mereceu um editorial da emissora lido por Rodrigo Bocardi no "Jornal Nacional".

O SBT teve direito, ainda, à participação do presidente eleito numa conversa por telefone com Silvio Santos na noite do Teleton, em novembro. E a emissora exibiu, também, no último dia 26, uma entrevista exclusiva com Fabrício Queiroz, na qual o ex-assessor parlamentar falou pela primeira vez sobre o caso em que é investigado. Nesta quinta-feira (3), exibirá a sua segunda entrevista exclusiva.

Atualizado em 3 de janeiro.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.