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Como o público escolheu o ganhador do Canta Comigo previamente gravado?

Mauricio Stycer

18/12/2018 11h56


Protagonizado por funcionários da Record na função de candidatos e de jurados, o especial "Canta Comigo" exibido na noite de segunda-feira (17) foi um grande acerto – divertido, emocionante e agradável de ver. Sob o comando de Gugu Liberato, figuras de diferentes áreas da emissora se apresentaram como cantores e foram julgados por apresentadores e artistas também do casting.

Paulo Vieira ("Programa do Porchat") fez Xuxa chorar ao interpretar "Lua de Cristal". Mylena Ciribelli (apresentadora do "Esporte Fantástico") e Rodrigo Andrade (ator) erraram as letras das músicas que interpretaram. Fabio Porchat, no júri, deu broncas homéricas e foi apelidado de "Pedro de Lara" por Marcos Mion, também no júri.

Lucinha Lins (atriz) e Naiandra Amorim (apresentadora de telejornal em Manaus) foram as únicas a conquistar 100 votos. Mas foi Tiago Mendes (coordenador de produção em Campos) quem mais surpreendeu, cantando Tim Maia.

Estes três disputaram a final, cujo resultado foi decidido não pelos cem jurados no estúdio, mas pelo voto do espectador, pela internet. Após um intervalo comercial, Gugu Liberato anunciou que o ganhador foi Mendes. O coordenador de produção agradeceu, feliz pelo reconhecimento e pelo prêmio de R$ 65 mil.

Mas como Gugu foi capaz de informar o resultado da votação, realizada nesta segunda-feira, se o programa foi gravado em setembro? O mistério tem uma resposta engenhosa. Foram gravados três finais diferentes – em um Lucinha Lins era a vencedora, em outro quem ganhou foi Naiandra Amorim e no terceiro o premiado era Tiago Mendes. Ou seja, os três foram obrigados a simular emoção, já que não sabiam quem seria o vencedor.

Nas redes sociais, a Record informou o segredo, mas quem assistiu apenas pela televisão ficou sem esta informação importante.

No final de 2017, no programa especial "Dancing Brasil", protagonizado por figuras do elenco da Record, o método também foi usado. Gravado previamente, ele contava com três finais – Marcos Mion foi o vencedor.

O método não é original. Na década de 1990, por exemplo, a Globo exibiu o "Você Decide", um programa que encenava histórias dramáticas cujo final era escolhido pelo público, que votava pelo telefone. Os episódios eram gravados previamente e sempre contavam com dois finais – na volta do último intervalo, o apresentador anunciava que o mais votado seria exibido.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.