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Nunca houve um finalista de reality show tão improvável quanto Caíque

Mauricio Stycer

07/12/2018 05h01

Figurante em "A Praça É Nossa", Caíque Aguiar ganhou alguma notoriedade em novembro de 2017, quando acompanhou o pai, Carlinhos, recém-demitido do SBT, numa abordagem a Silvio Santos na porta do Jassa.

O episódio ficou famoso pelo relato que o próprio Carlinhos Aguiar fez: "Ele desceu do carro e falou: 'Oi, Carlos, bom dia. Você está fazendo o que aqui?'. E me dispensou." Ao lado do pai, Caíque ficou espantado: "Tinha uma imagem maravilhosa do Silvio".

O dono do SBT logo voltou atrás e recontratou Carlinhos. Já Caíque, começou a construir uma carreira gloriosa. Primeiro, apareceu "besuntado" em uma foto no Instagram, homenageado um atleta de Toga, que brilhou nos Jogos Olímpicos. Depois fez um ensaio fotográfico sensual, e explicou: "Já que o pessoal está me achando bonito, obrigado! Vamos aproveitar isso!".

Batizado pelo repórter Paulo Pacheco, do UOL, de "o filho gato de Carlinhos Aguiar", Caíque logo mostrou que o seu destino era mesmo se tornar uma celebridade. O convite para participar da "A Fazenda 10" foi uma consequência inevitável desta trajetória de sucesso.

Na "Fazenda", infelizmente, as coisas não saíram tão bem quanto nas fotos do Instagram. O objetivo de Caíque era simples, até: "Poder mostrar para o Brasil que eu existo".

Mas, num momento de extrema deselegância, Caíque provocou Nadja Pessoa de forma insistente e grosseira, levando a peoa a chutá-lo. Com muita popularidade até então, Nadja foi expulsa da "Fazenda" e Caíque se tornou a figura mais odiada do reality show.

Desde o incidente, o rapaz mostrou garra e habilidade nas provas e já escapou de três roças. A mais recente, vencida nesta quinta-feira (06), o colocou antecipadamente na final do reality.

O que mais chama a atenção em Caíque é a aparente ignorância sobre a rejeição que sofre. O rapaz está sempre falando sobre como a participação no reality vai incrementar o seu Instagram (sem saber que a conta foi suspensa) e não cansa de agradecer os apoios que está recebendo (ignorando que, fora a família, ninguém se manifesta a favor dele).

Na mais recente enquete do UOL, apenas 1% dos internautas desejavam ver Caíque vencedor da "Fazenda". Acho que ele não tem chance de ganhar.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.