Topo

Em debate eleitoral, Daciolo elogia novelas da Record e critica a Globo

Mauricio Stycer

01/10/2018 01h03


Assim como ocorreu no debate promovido pelo SBT, UOL e Folha, há quatro dias, o candidato do Patriota à Presidência da República, Cabo Daciolo, foi o alívio cômico do encontro promovido pela Record na noite deste domingo (30).

O penúltimo debate antes do primeiro turno possivelmente foi o último de Daciolo – ele não foi convidado para participar do encontro que a Globo exibirá no próximo dia 4. "Já estão me boicotando para o próximo debate. Eu só tenho o dia de hoje para falar sobre a farsa política do país", protestou, antes de arrancar risos do publico ao criticar os rivais: "Vocês são todos amiguinhos e estão jogando aqui uma partidinha de vôlei, um levanta e outro corta".

No último bloco, convidado a falar diretamente com o público, Daciolo citou diretamente a Globo: "O Brasil que eu quero é um Brasil sem a dona Rede Globo pregando o ódio, a mentira, hipocrisia e aprendendo a trabalhar como a Record, com amor e levando a palavra de Deus nas suas novelas. Glória a Deus!"

Em outras participações, o candidato do Patriota provocou risos ao lançar mensagens enigmáticas ou criticar os colegas. "Da próxima vez vou trazer um óleo de peroba aqui para a honra e glória do senhor Jesus", disse, a certa altura. "Eu amo todos os senhores, e a senhora", disse aos candidatos.

"Tem um perigo iminente acontecendo. Pode chamar o Daciolo de louco, pode chamar. Mas vai aí no Google e pesquisa o evento Vostok 2018. Nós vamos defender a Nação", disse. "Nós vamos deixar de ser colônia e vamos nos transformar numa grande nação". A referência foi a uma manobra militar do Exército russo no início de setembro em várias regiões na divisa da Rússia com Mongólia.

No final, antes de falar da Globo, o candidato exorcizou Satanás: "Glória a Deus. Eu acredito em sinais. Sete dias. Acredito em avivamento. Creio que estamos diante de uma guerra espiritual. Sei quais são nossos adversários. Satanás, pega tudo que é seu e saia da nação brasileira", exigiu.

Encerrando a sua fala, o candidato gritou o número de seu partido (51). Daciolo foi o único participante do debate da Record a não portar qualquer identificação visual. No primeiro bloco, Ciro, Boulos e Álvaro Dias apareceram com adesivos colados em suas roupas, destacando os respectivos números de seus partidos. Haddad usava uma pequena estrela vermelha, símbolo do PT.

No segundo bloco, Marina e Alckmin aderiram ao estilo e exibiram os seus números. No terceiro bloco, foi a vez de Meirelles recorrer a um adesivo para expor o número de seu partido.

Veja a participação final de Daciolo no debate da Record:

Veja também
Edir Macedo declara apoio a Bolsonaro
Da vingança ao amor, veja momentos em que Daciolo roubou a cena no debate
Guerra do adesivo e Daciolo "antiestresse": bastidores do debate da Record

Comentários são sempre muito bem-vindos, mas o autor do blog publica apenas os que dizem respeito aos assuntos tratados nos textos.

Siga o blog no Facebook e no Twitter.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.