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Mesmo encerrada, Deus Salve o Rei é reclassificada para maiores de 14 anos

Mauricio Stycer

16/08/2018 05h01


Despacho do Ministério da Justiça publicado nesta quarta-feira (15) no "Diário Oficial" altera a classificação indicativa de "Deus Salve o Rei" de 12 para 14 anos. A novela das 19h da Globo, como se sabe, terminou em 30 de julho. A decisão vale para futuras reapresentações – e dificulta a possibilidade de exibição da trama na sessão vespertina de "Vale a Pena Ver de Novo".

É o segundo contratempo que a emissora enfrenta em poucos dias. Como informou o jornalista Daniel Castro, o Ministério da Justiça rejeitou pela segunda vez um pedido da Globo para reclassificar "Orgulho e Paixão", atualmente imprópria para menores de 12 anos.

"Deus Salve o Rei" estreou em janeiro autoclassificada pela Globo como recomendada para maiores de 10 anos. Em março, por conta da exibição de "cenas de "violência e conteúdo sexual", segundo o governo, a classificação foi alterada para 12 anos. Na ocasião, a emissora discordou da decisão, mas a acatou.

Após o pedido de reclassificação, o Ministério da Justiça afirma ter constatado a exibição de cenas com "pena de morte, mutilação, descrição de violência, exposição de cadáver, mortes intencionais, presença de sangue, as duas últimas de forma reiterada, relevante e, em alguns casos, detalhada".

Por este motivo, "considerando que os contrapontos apresentados na trama não foram suficientes para atenuar o impacto imagético e contextual das tendências apresentadas", houve esta nova reclassificação, que limita as futuras reexibições de "Deus Salve o Rei".

Procurada na quarta-feira (15) para comentar a decisão do governo, a Globo informou que está "avaliando eventuais medidas" em resposta.


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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.