Em quatro meses, programa da Record exibe quatro reportagens contra a Globo
Emissores de televisão não têm o hábito de falar – bem ou mal – de suas concorrentes. Eventualmente, uma cede artistas para participar de programas da outra. E, muito raramente, alguma noticia algo negativo sobre uma rival.
A disputa entre Record e Globo é uma exceção. Desde a década de 1990, as emissoras já travaram várias brigas públicas por meio de seus programas jornalísticos. Nos últimos anos, porém, reinou uma certa calmaria – ou, digamos, a hostilidade parecia ter diminuído.
A situação, porém, voltou a esquentar neste segundo semestre de 2017. Nos últimos quatro meses, a Record colocou sua rival no centro de quatro longas reportagens do "Domingo Espetacular". Todas com viés negativo.
Em 16 de julho, o programa dedicou 16 minutos a uma reportagem sobre uma delação, ainda não feita, do ex-ministro Antonio Palocci, que poderia comprometer a Globo. Em 15 de outubro, a emissora carioca foi criticada, ao longo de uma matéria de 17 minutos, pela posição que assumiu na discussão sobre suposta pornografia e pedofilia nas artes.
Há uma semana, no último dia 12 de novembro, o "Domingo Espetacular" tratou do caso William Waack, ao longo de 11 minutos. E neste domingo (19), por 27 minutos, apresentou os desenvolvimentos do "Fifagate", o escândalo de corrupção na Fifa, no qual a Globo foi acusada de pagar propina para conseguir direitos de transmissão.
Sem entrar no mérito das reportagens, nem no teor das acusações, registro apenas que há muito tempo não ocorria uma situação de hostilidade tão explícita de uma emissora em relação à outra como agora.
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