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Há 29 anos, Chico Anysio fazia piada com propostas de João Doria

Mauricio Stycer

23/10/2017 14h28

Não bastassem as críticas que têm recebido por causa de propostas polêmicas à frente da prefeitura de São Paulo, João Doria voltou a ser lembrado por piadas feitas à época de sua atuação no comando da Embratur, nos anos 1980.

Um trecho do programa de Chico Anysio, de 1988, voltou a circular nas redes sociais depois que o prefeito de São Paulo foi criticado por sua proposta de oferecer um composto alimentar para famílias em situação de miséria.

A piada de Chico Anysio (1931-2012) com Doria evoca a proposta que fez, em 1987, de transformar a caatinga nordestina em atração turística. Como registrou "O Globo", na época, o então presidente da Embratur apresentou os seus planos em um debate em Fortaleza:

"A caatinga nordestina poderia ser um ponto de visitação turística e gerar uma fonte de renda para a população sofrida da área, respeitando as características culturais e humanas da população, sem exploração da miséria", disse ele, segundo o jornal.

Na pele de Neide Taubaté, Chico Anysio exibiu um esquete no qual entrevista Joana Doria Filha, "que se autointitula técnica mundial de turismo e que acaba de chegar de um famosésimo congresso, onde as suas teorias foram unanimemente consideradas repugnantes."

No papel de Joana Doria, Arlete Salles defende sua ideia: "Se a sua casa for de mau gosto alguém a visitará?", diz, sugerindo "aplicar as normas de decoração ao país".

Neide Taubaté observa: "Se não me engano, as suas teorias em como redecorar o Nordeste foram unanimemente rejeitadas". E Joana Doria diz que as críticas vieram de uma minoria. "Uma escória comunista assexuada que não aceita que acarpetemos o sertão, que asfaltemos a caatinga."

O esquete completo pode ser visto aqui.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.