Só Drica e Luisa se salvaram na boba, antiga e descartável “A Fórmula”
Um homem disputado por duas mulheres que, na verdade, são a mesma – uma em versão jovem e outra madura. Angélica/Afrodite é uma cientista que descobriu a fórmula do rejuvenescimento e, tentando reconquistar o amor da juventude, oscila entre as duas versões. Eis a premissa de "A Fórmula", explicada no início de cada um dos seus oito episódios.
O epílogo, nesta quinta-feira (24), foi óbvio. As duas são uma só. E ela fez tudo isso "por amor", explicou Afrodite (Luisa Arraes), a versão jovem, a Ricardo (Fabio Assunção), o homem maduro, mas um tanto idiota, que passou a série inteira dividido entre as duas.
Angélica (Drica Moraes) surgiu, enfim, diante do amor de tantos anos para dizer: "Afrodite só existiu para juntar nós dois". E Ricardo: "Não foi fácil escolher entre você e você". "Eu tô muito feliz que você me escolheu", responde Angélica.
E citando o personagem Paulo (Paulo José) do filme "Todas as Mulheres do Mundo" (1967), de Domingos de Oliveira, ela disse: "O difícil não é escolher uma mulher, é desistir de todas as outras".
Além da perspectiva da série ser antiga e totalmente masculina, para não dizer machista, "A Fórmula" também abusou de um outro clichê gasto – Divino (Emilio de Mello), o amigo gay, bem caricato, de Angélica, presente em todos os momentos.
Para piorar ainda mais, a série entrou na grade no fim da noite, e não depois das novela das 21h, como seria o ideal. No esforço de melhorar a audiência de "Os Dias Eram Assim", a Globo inverteu os horários e jogou a série de humor para depois das 23h, afugentando assim parte de seu público-alvo.
Criação de Mauro Wilson e Marcelo Saback, "A Fórmula" será lembrada, basicamente, pela alegria de Drica Moraes e Luisa Arraes em seus papéis. As duas claramente se divertiram em cena. No mais, chega a ser difícil entender o que a Globo quis com uma série tão descartável.
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