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Até agora, mudanças em “A Lei do Amor” não reverteram a baixa audiência

Mauricio Stycer

21/12/2016 16h58

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Boas novelas geram notícias por conta de seu conteúdo. Novelas em crise não saem do noticiário por conta dos seus problemas de audiência. É o que tem ocorrido com "A Lei do Amor" desde a estreia, em 3 de outubro.

A Globo é responsável, em parte, por esta onda de notícias negativas ao vazar ou divulgar informações sobre mudanças no enredo e na trama, provocados pela expectativa de elevar o Ibope.

É uma pena que isso ocorra. Imagino a aflição de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, dois bons autores, tendo que lidar com esta pressão para mexer na história a fim de conquistar o público.

A má notícia é que estes esforços não têm tido maior repercussão. Com exceção de uma única semana (a do acidente com o avião da Chapecoense) em que a novela deu um salto, "A Lei do Amor" segue com números bem abaixo de "Velho Chico".

Ao final das primeiras 11 semanas, ou do capítulo 66, exibido no último sábado (17), a principal novela da Globo acumula uma média de 25,79 pontos em São Paulo, quase 10% a menos do que a trama de Benedito Ruy Barbosa registrava no mesmo momento.

E a tendência tem sido de queda. Na semana em que bateu recorde, impulsionada pelo "Jornal Nacional", "A Lei do Amor" registrou média de 27,9 pontos. Na semana seguinte caiu para uma média de 26,01 e na última foi de 25,08. Como em final de ano, os números costumam ser mais baixos, a esperança que a novela se recupere ficará para janeiro.

Se serve de consolo, "A Lei do Amor" se mantém à frente de "A Regra do Jogo" e "Babilônia". Veja abaixo:

Média geral até o capítulo 66

A Lei do Amor: 25,79
Velho Chico: 28,13
A Regra do Jogo: 25,28
Babilônia: 25,43
Império: 29,59

Agradeço ao pesquisador Fabio Dias pelos dados atualizados.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.