Cobertura da tragédia: da emoção do repórter à homenagem forçada de Leifert
Depois de dois dias intensos, em que o assunto ocupou todos os programas possíveis, a cobertura da Globo sobre o acidente com a avião da Chapecoense seguiu forte nesta quinta-feira (01).
Os altos índices de audiência não apenas nos noticiários, mas em atrações variadas (Fátima Bernardes, novelas e até o "Video Show"), mostram que o interesse é grande e as pessoas estão grudadas na TV.
Emoção não tem faltado, como não poderia deixar de ser diante de um fato tão dramático, mas escorregadas também têm ocorrido. Nesta quinta, a cobertura da Globo teve dois momentos extremos.
De um lado, foi impossível não se comover com o repórter Ari Peixoto, que chorou durante uma entrada ao vivo no "Jornal Hoje", em meio ao relato que fazia sobre a liberação dos corpos das vítimas pelo IML colombiano.
No momento em que ia dizer o nome de um colega de trabalho, Peixoto não conseguiu segurar a emoção e pediu desculpas. Muito rápido e preciso, Evaristo Costa intercedeu: "Imagina, Ari, não precisa pedir desculpas por isso. A gente entende essa emoção, é a mesma emoção de todos nós, funcionários da TV Globo, que perdemos um colega."
No outro extremo, sobrou ensaio e faltou espontaneidade no comentário de Tiago Leifert ao abrir o "The Voice Brasil" à noite, ao vivo. "O programa de hoje é The Voice Chapecó. Nossos quatro times são, sem dúvida nenhuma, Chapecoense".
Em meio a tanta emoção autêntica, a bajulação de Leifert saltou aos olhos, por contraste. Foi deslocada, gratuita, forçada. Tentando ser simpático com os espectadores, o apresentador passou a impressão que queria, na verdade, faturar com a menção ao assunto.
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