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BBB16: Twitter virou campo de batalha e, sem querer, tomei parte da guerra

Mauricio Stycer

26/02/2016 18h08

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O "BBB16" é um só, mas quem acompanha o reality show com atenção sabe que, na verdade, são vários. Há o programa diário na Globo, o canal 24 horas, o site oficial, os sites independentes, dos quais o UOL é o mais relevante, e as redes sociais, em especial o Twitter.

É neste último que o reality show assume abertamente uma de suas feições mais interessantes e assustadoras. Por natureza, o Twitter é o canal ideal para acompanhar e expressar em tempo real o que cada um pensa sobre o programa e, em especial, sobre os seus participantes.

Verdadeira arena de surdos, o Twitter proporciona, para quem tem paciência, uma análise muito rica sobre como um mesmo programa e os mesmos candidatos são percebidos de formas tão diferentes.

A rede social é sempre divertida em tempos de "BBB", mas algumas edições são mais animadas do que outras. Estou no Twitter desde novembro de 2008 e destaco, em particular, duas edições – a décima e a décima-quarta.

Em 2010, a polarização causada em torno de Marcelo Dourado elevou a temperatura na internet de maneira pesada, com ofensas e ameaças. Já em 2014, por causa de Clara e Vanessa, as discussões foram mais amenas e engraçadas.

A atual edição está superando as anteriores em matéria de frenesi no Twitter. Como já escrevi antes, parte do fascínio causado por Ana Paula deve-se ao fato de ela discutir, ofender e reproduzir preconceitos como se estivesse batendo boca nas redes sociais.

Outra característica da participante, informada pela própria, ouriça ainda mais o Twitter. Ana Paula diz admirar as "vilãs carismáticas" das novelas (já citou Nazaré, Carminha e Atena).

Muitas das brigas no Twitter estão ocorrendo por conta de uma divergência quanto ao significado do que Ana Paula representa. Parte do público a enxerga como uma personagem da ficção – ela é apreciada porque diverte. Outros, entendem que a jornalista mineira dá mau exemplo com seus gestos, falas e atitudes – ela é detestada porque é real.

Para mim, como sempre, não faz diferença quem vai vencer o "BBB". Não torço para ninguém. O meu interesse é pelo programa, pelo fascínio que ele exerce e pela forma como a Globo o edita e apresenta ao público.

Nesta quinta-feira (25), por exemplo, Ana Paula monopolizou o programa da Globo – como tem ocorrido quase diariamente. Depois de observar como a edição a apresentou em confronto com os seus rivais e aliados (Renan, Adélia, Geralda, Ronan e Munik) escrevi no Twitter:

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O comentário bateu recordes de reprodução e curtidas – mais de 3 mil, no total. A grande maioria foi de fãs de Ana Paula. Uns poucos, torcedores de outros candidatos, se ofenderam.

Confesso que me arrependi pelo tuite. Minha intenção foi destacar a facilidade com que ela se expressa, em oposição a todos os demais. Mas, ainda que não esteja torcendo pela jornalista mineira, nem que tivesse a intenção de apoiá-la com esta observação, reconheço que o meu comentário engrossa a torcida de Ana Paula. Lamento. E prometo prestar mais atenção.

Abaixo, o momento em que Ana Paula fala das "vilãs carismáticas" que admira:

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.