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“Bake Off Brasil” diverte com jurados cruéis e candidatos despreparados

Mauricio Stycer

25/07/2015 23h47

bakeoffbrasil
Surfando feliz a onda das competições de culinária que invadiram a televisão, o SBT estreou neste sábado (25), sete dias depois de encerrar o "Cozinha Sob Pressão", um programa dedicado exclusivamente a sobremesas, o "Bake Off Brasil – Mão na Massa".

O reality mostrou reunir os principais ingredientes que fazem o sucesso deste tipo de atração: jurados cruéis, candidatos despreparados, provais difíceis, uma apresentadora simpática e excelente edição de imagens.

bakeoffayrtonO empresário Fabrizio Fasano Jr. e a confeiteira Carolina Fiorentino cumprem a função de humilhar, digo, julgar os candidatos, todos cozinheiros amadores, quase todos muito pouco preparados para a tarefa.

No momento mais duro, para não dizer grosseiro, Fasano chocou um dos concorrentes, Ayrton, com a seguinte observação sobre um detalhe no topo de seu bolo: "Você não sabe se é um brigadeiro ou um pouquinho de cocô de cavalo". Magoado, Ayrton disse posteriormente, longe do jurado: "Nunca comi um cocô de cavalo tão bom". Elogiado na segunda prova, o candidato ainda observou: "De cocô a ganhador".

Versão de um formato britânico, o "Bake Off" tem uma característica que agrega justiça à avaliação dos jurados: nas provas técnicas, eles não sabem quem são os autores dos doces. Esse julgamento "às cegas", ainda que menos divertido para quem vê pela televisão, exclui a chance de um jurado "proteger" ou "perseguir" um candidato com base em simpatia, carisma ou qualquer outro aspecto de caráter pessoal.

Estreando como apresentadora, Ticiana Villas Boas mostrou o que se espera de alguém nesta posição coadjuvante – bem à vontade, esbanjando simpatia, sem ter muito o que fazer, mas não atrapalhando ninguém.

bakeoffcandidatosO primeiro episódio do "Bake Off Brasil" também chamou a atenção por ser apresentado fora de estúdios, em um local com bonita paisagem externa. Os candidatos se submeteram a duas provas, um "bolo da vida", de livre escolha, e uma "torta invertida" de maçã. Em sua maioria, fracassaram em ambas experiências.

A lamentar que o programa não tenha explicado como chegou à seleção dos participantes, eliminando milhares de candidatos antes de chegar aos 12 escolhidos. Também faltou mostrar melhor como e onde cada confeiteiro escolheu os ingredientes usados na primeira prova.

Competições de culinária não ensinam a cozinhar. "Bake Off Brasil" não foge à regra. Ainda assim, também senti falta de demonstração – um pouco de "como se faz" os doces pedidos.

Apesar disso, a julgar pela estreia, o novo reality do SBT promete muita diversão – com os candidatos e o jurados.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.