Topo

Meninos eu vi: Testemunhei a estreia de Gisele, mas errei o seu nome

Mauricio Stycer

16/04/2015 12h25

Na noite em que Gisele Bündchen diz ter desfilado pela última vez em uma passarela, me lembrei do dia em que a conheci, quase 21 anos atrás.

Repórter da "Folha de S.Paulo", fui encarregado, na noite de 30 de agosto de 1994, de acompanhar a final do concurso de modelos Look of the Year, promovido pela agência Elite. A vencedora foi uma baiana de 14 anos, chamada Claudia Menezes. Em segundo lugar ficou outra menina de 14 anos, a gaúcha Gisele Bündchen.

Feita às pressas, para respeitar o prazo de fechamento do jornal, minha reportagem saiu no dia seguinte na página 2 do caderno São Paulo, abaixo da coluna de Barbara Gancia. Em seis curtos parágrafos, ilustrada com uma foto da vencedora, descrevia brevemente o perfil de Claudia e ignorava solenemente a vice-campeã.

Não dei maior importância à noitada, mas guardei o press release da agência, com a relação das 30 finalistas, pensando em um dia, no futuro, investigar o que aconteceu com elas.

Esqueci do assunto por anos. Até que um dia me dei conta que havia sido testemunha do concurso que representou o primeiro passo da mais famosa modelo brasileira e uma das maiores do mundo. Resolvi, então, reler o texto. Descobri que chamei a vice-campeã de "Gisele Lundchen".

Fiquei envergonhado. Havia presenciado um momento histórico na carreira de Gisele e tropecei feio, escrevendo errado o seu sobrenome. Fui então procurar o press release da Elite. E lá estava a origem do meu erro. A assessoria de imprensa da própria agência grafou errado o nome da candidata.

giseleestreiaA lição que ficou desta história é elementar. Repórter tem que checar tudo diretamente com as fontes. Texto de assessoria de imprensa ajuda, mas não pode ser a única fonte.

Em tempo: Se serve como consolo, não fui o único a errar o nome de Gisele naqueles primeiros tempos. Veja a imagem ao lado da TV Cultura.

Veja também
Na presença do marido, Gisele Bündchen se despede das passarelas na SPFW
Gisele "fechou um capítulo" apenas nas passarelas do Brasil, diz agente

O blog está no Twitter, Facebook e Google+.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.