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Fala o leitor: "Que a TV aberta descanse em paz no seu abismo decadente"

Mauricio Stycer

08/03/2015 05h01

guguratinhomontagemO leitor "molinari88" ficou espantado ao ler aqui no blog sobre a ameaça do apresentador Ratinho, do SBT, de apelar a mais baixarias para competir com o novo programa de Gugu Liberato, na Record. Ele, então, publicou um comentário no blog – tão bom que o reproduzo aqui, de maneira que tenha o destaque que merece:

eduardocoutinhobabilonia2000Dizem que esses programas só existem por que o povo gosta de baixaria. Bom, um dia desses convidei minha mãe a assistir o (documentário) "Babilônia 2000" do Eduardo Coutinho junto comigo. Ela amou e quase chorou ao conhecer a vida daquelas pessoas (moradores do morro da Babilônia, no Rio). De lá pra cá, ela já assistiu outros dele e descobriu que adora documentários.

Acho que a TV aberta subestima os telespectadores, nivela por baixo a inteligência das pessoas. Minha mãe é uma pessoa das mais normais, não teve estudo até o fim, nem é uma doutora intelectual. Acho que o público da TV aberta tem capacidade sim de assistir a programas mais inteligentes, menos sensacionalistas, mais reais e emocionantes. E pergunto: por que nenhuma emissora aberta exibiu os documentários de Coutinho?

Pra quem quer fugir da briga entre Ratinho e Gugu, sugiro a sequência "Som do Vinil" (apresentado por Charles Gavin) e logo em seguida "Sangue Latino" (apresentado por Eric Nepomuceno) no Canal Brasil. E durmam felizes depois disso. Sobre a TV aberta? Apenas descanse em paz no seu abismo decadente.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.