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Na troca de farpas entre Gilberto Braga e Gloria Perez, ambos têm razão

Mauricio Stycer

18/04/2014 09h01

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Em 1980, escrevendo "Água Viva", Gilberto Braga inaugurou na Globo a prática de contar com a ajuda de colaboradores e co-autores na tarefa. Em uma recente entrevista a "O Globo", ele lembrou como convenceu Boni a indicar alguém (no caso, Manoel Carlos) para ajudá-lo no trabalho. Depois de relatar esta história, Braga observou que nem todos os autores recorrem a colaboradores. E disse:

"Para certos autores é fácil. Por exemplo, a Glória Perez escreve com a maior facilidade, sozinha. Ela é bem minha amiga, e uma vez me deu esporro porque eu disse que escrever novela é cansativo. Ela disse: 'Ora, Gilberto, eu escrevo um capítulo em cinco, seis horas. Às vezes nem releio e mando. No dia seguinte eu olho como terminei e continuo. Uma cena atrás da outra'. Enfim, me deu uma bronca. Quando ela acabou, falei: 'Mas, Glória, tem um problema: na hora que passa, a gente nota' (risos)."

Gloria Perez, naturalmente, não gostou da maldade e, questionada no Twitter, respondeu à altura: "Problema maior é quando passa por três autores, dez colaboradores e a gente nota, né? =)))".

Esta discussão é boa. Pensando em "Insensato Coração" (2011) e "Salve Jorge" (2012), as novelas mais recentes de ambos, marcadas por tantos problemas e erros, é possível dizer que os dois têm razão.

A próxima novela de Braga, "Três Mulheres", programada para 2015, será escrita em parceria com Ricardo Linhares e João Ximenes Braga. O próximo trabalho de Gloria, ainda para este ano, será a série policial "Dupla Identidade".

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.