Topo

"Sangue Bom" dá recado a jornalista de celebridade que "distorce a verdade"

Mauricio Stycer

30/10/2013 05h01

sanguebomsueli

Personagem secundária, a jornalista Sueli Pedrosa (Tuna Dwek) cumpriu um papel importante na trama de "Sangue Bom". Coube a ela mostrar o lado maldoso do jornalismo de celebridades praticado no Brasil. Ao longo de toda a novela de Maria Adelaide Amaral e Vicent Villari, ela invadiu a privacidade alheia, sempre de microfone em punho, fazendo perguntas indiscretas e agressivas.

Faltando poucos capítulos para o fim, a vingança chegou. Primeiro, Sueli descobriu que sua namorada, Vivian (Lu Camy), a trocou pela assessora de imprensa Tábata (Samya Pascotto). Para piorar, nesta terça-feira (29), a jornalista foi confrontada por duas de suas vítimas, a atriz Barbara Ellen (Giulia Gam) e o diretor de TV Vitinho (Rodrigo Lopez).

A cena foi repleta de "mensagens" aos jornalistas do mundo real, que atuam na mesma área que Sueli Pedrosa. "Como é que você ainda tem forças para atormentar a vida das pessoas depois do golpe duríssimo que sofreu?", pergunta Barbara. "Não tenho a menor ideia do que você está falando", responde Sueli. "Ah, não? Estou falando da traição da Vivian. É só você acessar o Mexerico.com. Eu pessoalmente documentei o seu chifre e a rejeição dela. E postei no site mais terrível do Brasil, depois do seu."

Após ver as imagens no celular de Barbara, Sueli diz: "Isso é covardia com a minha vida pessoal. Isso é covardia." Entra em cena, então, Vitinho, que observa: "Ué? E não é você que é especialista em transformar em espetáculo a miséria alheia?"

A resposta de Sueli é ótima, lembrando que o jogo do jornalismo de celebridades é de mão dupla. "É diferente. As celebridades me usam para se promover. Eles aproveitam desses boatos e escândalos para faturar em cima."

Mas Barbara não aceita o argumento e contrapõe: "E você não? Quem nos julga e distorce a verdade em busca de audiência entra na mesma mira do que a gente, sua cretina!" Neste ponto ela é mais uma vez ajudada por Vitinho, que sentencia: "E fica tão suja quanto os famosos que critica, sua burra."

Em tempo: na série de imagens abaixo, o leitor pode observar um outro traço de "Sangue Bom", o seu prazer em fazer citações divertidas a outras novelas.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.