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Mulher Pêra vira “fadinha do Brasil” na RedeTV!

Mauricio Stycer

08/09/2013 17h36

Espremida entre um programa destinado a vender uma frigideira supersônica e um pastor disposto a converter almas, surge agora, aos domingos, na RedeTV!, uma loira de rosto conhecido, mas figurino novo. Trata-se de Suelem Aline Mendes da Silva, cujo nome artístico até então era Mulher Pêra, agora comandando um programa infantil intitulado "Fadinha do Brasil".

Quer dizer, "Fadinha" tem a pretensão de ser considerado um programa infantil, mas está longe disso. Dirigindo-se aos "pequenos e pequenas do Brasil", Suelem exibiu neste domingo (08) alguns "vídeos da internet", mostrou uma entrevista com o vereador Gilberto Natalini (PV-SP), um clipe da dupla Atchim & Espirro e, sobretudo, promoveu com ênfase uma agência de modelos e artistas que atua na internet.

Com um cardápio destes, dá para entender por que a "fadinha" teve dificuldades de animar até mesmo as crianças convidadas a aplaudi-la.

"Fadinha do Brasil" foi ao ar pela primeira vez há uma semana. É mais um desafio em sua carreira. Há um ano, candidata a vereadora pelo PT do B, Suellen pediu votos com a ajuda de uma foto sensual (reprodução ao lado), mas não passou dos 2.126 votos. Em 2010, candidata a deputada federal pelo PNM, obteve 3.612 votos.

Olhando para a programação da RedeTV!, a nova atração não chega a surpreender.  Se a grade do SBT é campeã brasileira de reprises de novelas, a da emissora de Amilcare Dallevo e Marcelo de Carvalho lidera no quesito de horários vendidos para terceiros, como é o caso da "Fadinha do Brasil".

Diferentes denominações religiosas ocupam quase metade da programação da emissora durante a semana. Mas não só. Democrática, a TV também vende horários para as mais variadas empresas e entidades, desde os tradicionais promotores de televendas até sindicatos, como o dos Professores e o da Micro e Pequena Indústria.

Atualizado em 9/9: "Fadinha do Brasil" não foi bem em matéria de audiência. Segundo dados do Ibope, o programa registrou 0,2 ponto com pico de 0,5. Tecnicamente, como se diz no meio, deu traço.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.