Topo

“Gonzaga” esclarece quem é a Dina da canção de Gonzaguinha

Mauricio Stycer

10/11/2012 06h01

A certa altura de "Gonzaga – De Pai para Filho", quando toca a música "Com a Perna no Mundo", de Gonzaguinha, fui capaz de compreender melhor uma música que sempre achei linda. Duas estrofes em especial ficaram mais claras:

O Dina
Teu menino desceu o São Carlos
Pegou um sonho e partiu
Pensava que era um guerreiro
Com terras e gente a conquistar
Havia um fogo em seus olhos
Um fogo de não se apagar

Diz lá pra Dina que eu volto
Que seu guri não fugiu
Só quis saber como é
Qual é
Perna no mundo sumiu

Órfão de mãe, que morreu de tuberculose aos 22 anos, e com o pai ausente, Gonzaguinha foi criado no morro de São Carlos por um músico, Enrique Xavier, e sua mulher, Dina, amigos de Luiz Gonzaga. Viveu com eles parte da infância e da adolescência. Até o dia em que, já na faculdade, pega o violão, desce o São Carlos e vai morar com o pai.

Sabe-se pouco sobre este casal. Nesta esclarecedora reportagem de Natalia Engler, do UOL, a atriz Silvia Buarque conta que construiu a personagem a partir de alguns poucos fragmentos, entre os quais, justamente, a canção "Com a Perna no Mundo" (no alto, a atriz em cena com o ator que vive Gonzaguinha quando criança).

Clicando aqui você pode ouvir uma versão da música, cantada por Daniel Gonzaga, filho de Gonzaguinha.

A história de Dina é apenas um detalhe em "Gonzaga – De Pai para Filho", mas me chamou atenção especial. Gostei do filme de Breno Silveira, de um modo geral, apesar de alguns momentos piegas. A produção e a direção de arte impressionam. E a história entre pai e filho é, de fato, muito forte e comovente.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.