“As Brasileiras” começa com texto apelativo em ritmo de comédia pastelão
Seria precipitado avaliar uma série chamada "As Brasileiras", formada por 22 episódios independentes, apenas com base no programa de estreia. Em todo caso, "A Justiceira de Olinda" reuniu problemas suficientes para fazer temer pelo conjunto do projeto.
O programa é derivado de "As Cariocas", uma série em dez episódios, exibida pela Globo em 2010, por sua vez livremente inspirada no livro, com o mesmo título, de Sergio Porto (1923-1968).
Assim como sobrou muito pouco do livro de Porto na série criada por Daniel Filho, parece haver quase nada de "As Cariocas" em "As Brasileiras", um projeto do mesmo diretor.
A leveza e o bom humor do seriado original foram substituídos, ao menos neste primeiro episódio, por uma mão pesada que deu à história um tom de comédia pastelão, embalado por um texto altamente vulgar e apelativo.
O argumento de "A Justiceira de Olinda" já sinalizava que o público não deveria esperar sutilezas do programa. Acreditando estar sendo traída, a morena (Juliana Paes) castra o marido (Marcos Palmeira), para só depois descobrir que cometeu um engano.
Por cerca de 30 minutos, o público foi submetido a uma coleção de piadas infames sobre o objeto em questão. "Será que o foguete sobe?". "Cadê o penduricalho?" Ou ocorreu um "acidente nos países baixos". E por aí foi.
Também pareceu pouco animador ver a maneira como "As Brasileiras" se limitou a reproduzir clichês e cartões postais de Olinda. O texto de Marcos Bernstein incluiu pérolas como "Olinda tem 400 mil privilegiados" e "em Olinda o galo já acorda cantando frevo".
Do ponto de vista da audiência, "As Brasileiras" foi bem-sucedida, superado a minissérie "Rei Davi", da Record, cujos primeiros três episódios haviam batido a programação da Globo. Mas, para quem esperava qualidade de um programa com a grife de Daniel Filho, ficou a desejar.
LEIA MAIS
- Para fugir de estereótipos, atrizes de "As Brasileiras" representam seus próprios Estados
- Daniel Filho olha para mulheres brasileiras em nova série da Globo
- A leveza de "As Cariocas" desmancha no ar
- Em tempo: Este texto foi publicado originalmente aqui, no UOL Televisão.
Sobre o autor
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.