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"Revolução da alegria" de Joãosinho Trinta ainda aguarda um filme

Mauricio Stycer

17/12/2011 15h02

É curioso que o responsável por algumas das imagens mais poderosas do Carnaval não tenha merecido um filme à altura do que foi capaz de criar na avenida. Até onde eu sei, "A Raça Síntese de Joãosinho Trinta", exibido em 2009, é a principal tentativa de documentação do trabalho do carnavalesco, mas deixa a desejar.

Muito mais uma homenagem do que um documentário, o filme de Paulo Machiline e Giuliano Cedroni acompanha o carnavalesco durante a preparação do desfile da Grande Rio em 2003, "O Brasil que Vale", que deixou a escola em terceiro lugar.

Joãosinho Trinta (1933-2011) já estava debilitado na ocasião das filmagens por conta dos dois AVCs (acidente vascular cerebral) que sofreu. O filme confia basicamente a três pessoas (Fernando Pamplona, Carlos Heitor Cony e Ferreira Gullar) a tarefa de explicar a trajetória de um dos mais importantes nomes do Carnaval brasileiro.

Joãosinho Trinta fala um pouco sobre a sua visão de cultura popular, mas não desenvolve nenhuma grande questão. Ao acompanhá-lo pelo barracão da Grande Rio, podemos vê-lo em ação – rigoroso e exigente com os responsáveis pela montagem de carros alegóricos –, mas em momento algum o documentário deixa a superfície para mergulhar, de fato, no mundo do carnavalesco.

A morte de Joãosinho Trinta certamente vai estimular um mergulho mais atento e detalhado sobre o seu trabalho, capaz de dar conta da revolução que operou no Carnaval. Em todo caso, "A Raça Síntese de Joãosinho Trinta" serve como uma introdução, ou um aperitivo, ao homem que sonhou com "a revolução da alegria".

Mais informações sobre a morte de Joãosinho Trinta podem ser lidas aqui. Abaixo, um pequeno trecho do documentário:

[uolmais type="video" ]http://mais.uol.com.br/view/12368723[/uolmais]

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.