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Em 15 dias, Paulo Cintura faz as mesmas críticas à Escolinha em três canais

Mauricio Stycer

30/04/2016 19h22

paulocinturasuperpopPauloCinturaRecordpaulocinturaraulgilEntre novembro de 2015 e janeiro de 2016, os canais Viva e Globo exibiram um especial com sete novos episódios da "Escolinha do Professor Raimundo". Com Bruno Mazzeo no lugar do pai, Chico Anysio, e atores talentosos da nova geração no lugar dos veteranos, o programa foi um sucesso de audiência e teve ótima repercussão.

Houve, é claro, quem não tenha gostado. Paulo Cesar Rocha, o Paulo Cintura, foi um deles. O ator odiou o programa. Na sua visão, o especial foi um "desrespeito" com os atores da primeira Escolinha. Ele acha que o elenco original deveria ter sido chamado para participar. Só os já mortos deveriam ter sido substituídos. Na sua opinião, os personagens pertencem aos atores que os criaram.

Não concordo com as críticas de Cintura, mas ele tem todo o direito de expressá-las. O que acho estranho é, de uma hora para outra, três programas convidarem o ator num intervalo de duas semanas para dizer estas mesmas coisas.

No dia 14, Cintura esteve no "Superpop", apresentado por Luciana Gimenez na RedeTV!. No dia 24, ele deu entrevista ao "Domingo Show", comandado por Luiz Bacci, na Record. E neste sábado (30), ele foi sabatinado no programa de Raul Gil, no SBT.

Cintura repetiu as mesmas reclamações nos três. O mais curioso ocorreu durante o "Domingo Show". João Elias, o ator que fazia o Salim Muchiba na Escolinha, disse que não concordava com o amigo. Para ele, a nova Escolinha foi uma "homenagem" aos veteranos.

Cintura não fez nenhuma acusação grave à Globo ou aos produtores do programa. Apenas reclamou, manifestou mágoa e tristeza.

Não consigo entender a razão de três programas, de três emissoras diferentes, convocarem o ator para dar estas mesmas opiniões. Falta de imaginação? Preguiça? A impressão é que alguns programas estão sendo dirigidos no piloto-automático.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

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