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Candidatos do “MasterChef” foram ajudados em provas, mas público não viu

Mauricio Stycer

22/12/2014 15h38

MasterChefpaidaelisaUma cena na final do "MasterChef" ainda provoca discussão, quase uma semana depois do encerramento do programa. Com dificuldades para abrir um pote, a ser usado na sobremesa, Elisa foi ajudada por seu pai, que assistia a final no estúdio.

A interferência externa surpreendeu a muita gente. Escrevi a respeito no blog, defendendo a ideia que Elisa foi beneficiada na disputa.

Uma roteirista do "MasterChef" publicou um comentário em um blog dizendo que a ajuda que Elisa recebeu não foi incomum. Segundo ela, os candidatos contaram ao longo do programa com "consultores culinários", que os ajudaram diversas vezes.

O texto cita, por exemplo, uma atividade em que Estefano e Mohamed mostraram não saber usar a panela de pressão, que era essencial para a realização da prova. Os consultores auxiliaram os candidatos nesta ocasião. Mas a ajuda não foi mostrada pela edição.

HelenacadeiraQuando Helena apareceu em uma cadeira de rodas, com o dedo de um pé quebrado, Ana Paula Padrão disse: "A gente pode deixar um consultor culinário ao seu lado, mas só para te ajudar a abrir um forno. É claro que ele não pode cozinhar por você."

A Band não informou ao público, porém, que os candidatos contaram com o apoio de "consultores culinários" ao longo de todo o programa.

Enviei o o comentário desta roteirista à emissora, que confirmou: "Sim, os consultores ajudaram os competidores em ocasiões específicas". A Band garante, no entanto, que "em nenhum momento os consultores ajudaram os participantes a cozinhar, que é o que estava em jogo na competição."

Isso ajuda a explicar por que a emissora não considerou indevida a ajuda recebida por Elisa na final da competição.

Questionei a Band sobre a razão de o público não ter sido informado que essa ajuda era "corriqueira", como diz o texto. A emissora não respondeu.

 

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.