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Vítima de boatos, Jô reclama de blogs que publicam “qualquer coisa”

Mauricio Stycer

09/09/2014 02h36

Josoaresvolta1
Sem barba, nove quilos a menos e um pouco ofegante, mas com o bom humor de sempre, Jô Soares voltou a apresentar o seu talk show na Globo nesta madrugada (09), depois de uma ausência de 40 dias motivada por problemas de saúde.

Não por acaso, o principal tema do monólogo inicial do apresentador foi o seu afastamento. Mas não exatamente a doença que o tirou do ar. Jô voltou à TV indignado com a profusão de boatos que circularam a seu respeito no período em que ficou internado. "Morri várias vezes", disse, irônico.

O apresentador sentiu na pele, como disse, o impacto da livre circulação da informação, potencializada, nos tempos atuais, pela velocidade oferecida pela internet. O seu primeiro entrevistado, o historiador Marco Antonio Villa, foi convocado justamente para dissertar sobre boatos e fofocas.

Jô manifestou algumas vezes revolta com a quantidade de notícias falsas difundidas a seu respeito. "Eu trabalho na maior rede de comunicações da América Latina e a pessoa vai ler notícias sobre mim num blog pendurado não sei aonde. Liga na Globo. Se eu tiver morrido, eles vão avisar."

O apresentador disse não compreender como sites publicam notícias sem nenhum tipo de controle por parte dos servidores que os hospedam. "O cara coloca qualquer coisa", reclamou. "Acontece uma coisa dessas nos Estados Unidos, o tipo de processo que a pessoa sofre… É gigantesco". Mas avisou: "Eu não vou processar porque eu até me diverti."

A certa altura da entrevista com Villa, depois de muito reclamar, Jô conseguiu rir da própria tragédia. Lembrou que, durante o período internado, recebeu uma visita do oncologista Drauzio Varella, seu amigo, o que ajudou a espalhar o boato de que estaria com câncer. "Quer dizer que se o Drauzio fosse ginecologista, eu estaria tendo um aborto!"

Atualizado às 13h: Exibido a partir de 1h25 da manhã, o "Programa do Jô" registrou 5 pontos no Ibope em São Paulo, a audiência média que costuma ter nesta faixa horária e que vinha sendo alcançada com reprises. No Rio, deu 7 pontos.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.