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Concorrentes da Globo ainda engatinham na adaptação ao mundo digital

Mauricio Stycer

02/06/2019 05h01

Grandes emissoras de TV no Brasil ainda não oferecem a seus espectadores plataformas digitais onde eles possam acessar não apenas a programação atual, como outros conteúdos e serviços. Nos últimos dias, TV Cultura e SBT deram sinais de que, finalmente, pretendem se atualizar nesta matéria.

Em meio a uma série de alterações no comando da Fundação Padre Anchieta, responsável pela gestão da TV Cultura, foi mencionado, finalmente, que há planos de investir num serviço de streaming. Ainda não há informações mais detalhadas sobre como isso será feito.

Já Silvio Santos, segundo o colunista Flavio Ricco, decidiu que o SBT Play deve ser oferecido em até 90 dias, sem custo, a clientes da Jequiti e do Baú. E, num momento seguinte, a todos os interessados ao preço de R$ 5 mensais. A nova plataforma deverá oferecer o conteúdo que o canal tem em arquivo desde a sua inauguração, em 1981.

Ao mesmo tempo que investe num avanço tecnológico, Silvio Santos dá sinais de incômodo com o uso que apresentadores e programas do SBT fazem das redes sociais. Segundo o colunista Ricardo Feltrin, o dono da emissora proibiu a divulgação de "hashtags" na tela. É uma medida aparentemente incompreensível e, como outras, imagino que seja revista em breve.

Enquanto alguns canais ainda engatinham na sua adaptação ao mundo digital, a Globo expõe de forma muito clara o seu desejo e empenho em competir com os gigantes estrangeiros (Netflix, Amazon, Disney) neste campo.

Numa frente, a emissora anunciou agora em maio parceria com a Sony para produção em língua inglesa de duas séries que vinham sendo desenvolvidas aqui, "O Anjo de Hamburgo" e "Rio Connection". Em outras frentes, como relatou Nelson de Sá na Folha, o Grupo Globo busca unificar diferentes operações sob um mesmo guarda-chuva digital, o que inclui Globosat, Premiere e Telecine. Apenas os veículos de mídia impressa, por enquanto, estão fora desta nova diretriz.

Entre as principais concorrentes da Globo na TV aberta, a única que já se posiciona com algum investimento no mundo digital, ainda que timidamente, é a Record. O Play Plus segue um modelo diferente – é um "mercado" que oferece conteúdos próprios e de outros parceiros. Mas deixa claro que a emissora está atenta à necessidade de se adaptar e oferecer alternativas.

Muito à frente de seus rivais, a Globo não esconde que está apostando muitas fichas na revolução digital e em tudo que ela implica em matéria de mudanças de hábito e consumo.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.