Diretor da Globoplay desenha qual é a diferença entre TV aberta e streaming
O português João Mesquita, CEO da Globoplay, foi um dos participantes da Rio Creative Conference (Rio2C). Em sua apresentação, na noite de quinta-feira (25), ele explicou de forma muito didática por que o serviço de streaming que comanda tem a obrigação de ser mais ousado e ambicioso, em matéria de conteúdo, do que a TV aberta, principal negócio do Grupo Globo.
A sua apresentação foi reproduzida em detalhes pela jornalista Bárbara Sacchitiello, do site "Meio & Mensagem". Ele insistiu em demonstrar que a televisão por demanda busca atender a nichos de audiência específicos, em oposição à ambição de falar com todos os públicos da TV aberta. É uma observação óbvia, mas nem sempre clara na cabeça de quem produz e consome conteúdos.
Destaco alguns poucos trechos que, na minha opinião, ajudam a compreender o que se pode esperar num futuro próximo do serviço de streaming da Globo.
"O fato de não estarmos presos ao que chamo de ditadura da TV aberta nos permite ir além e trabalhar vários segmentos, pois não precisamos seguir a lógica de agradar à maioria. Podemos ter conteúdo mais ousados, mais modernos e diversos".
"Quando fazemos algo como 'Sessão de Terapia', por exemplo, sabemos que nunca será algo consumido por 40 milhões, mas que será bom para um grupo significativo de pessoas".
"Não estar preso às limitações da TV aberta permite ao Globoplay brincar e falar de forma livre, criativa e jovem ao público e, com isso, contribuir também para a evolução da marca Globo".
"Não há como o Globoplay e o streaming substituírem as receitas que o grupo obtém via TV aberta e TV fechada. Obviamente, queremos ser significativos e rentáveis, mas está claro que ainda não é o streaming que irá substituir a receita que temos".
"Procuramos produzir conteúdo com espírito jovem e que também contemplem e retratem diferentes regiões do Brasil. A produção de mídia no País é muito focada no Rio de Janeiro e um pouco em São Paulo também, e é necessário sair um pouco desse foco carioca".
"Procuramos também histórias que geram mais engajamento e tenham mais camadas de significação. As histórias da TV aberta são, geralmente, mais previsíveis e mais fáceis de serem acompanhadas".
"Quando miramos um target diferente, nossas séries só serão relevantes se oferecerem algo diferente. É preciso ter vários arcos, novas estruturas e temas e não ser tudo óbvio".
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