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Por Ibope, Record é cruel com Catia e anuncia expulsão da Fazenda ao vivo

Mauricio Stycer

30/11/2018 08h59

A Record demorou cerca de 36 horas para anunciar a expulsão de Catia Paganote da décima edição da "Fazenda". Deixou para tornar pública a decisão ao vivo, durante o programa de quinta-feira (29), surpreendendo a todos, inclusive a ex-paquita.

Como sabem todos os espectadores, o incidente que levou à eliminação de Catia ocorreu durante a quarta-feira (28), de dia, em uma brincadeira na piscina. Irritada com Evandro Santo, ela acertou um tapão no colega de confinamento.

Quem viu as imagens na hora, transmitidas pelo aplicativo online da Record, não teve dúvida alguma sobre o que ocorreu. As imagens são claras e os sons são audíveis.

A expulsão deveria ter sido decidida ainda durante a quarta-feira e anunciada no programa daquela noite. Mas, às quartas, "A Fazenda" tem apenas 15 minutos de duração, é previamente gravado e vai ao ar antes do "Dancing Brasil". Ou seja, é uma versão que está na grade apenas para constar – não tem maior importância.

A Record, por isso, optou por ignorar o tapa de Catia em Evandro na quarta-feira. Exibiu apenas um aviso na tela, informando que trataria do assunto no dia seguinte.

Criou um mistério ao anunciar a suspensão da votação na manhã de quinta-feira, alimentou suspense ao longo de todo dia e deixou para anunciar a decisão depois de iniciado o episódio. A solução resultou cruel para Catia.

A atitude correta teria sido informá-la da expulsão durante o dia (ainda na quarta-feira) e retirá-la do confinamento imediatamente após o aviso. As imagens exibidas na quinta-feira dão a entender que ela se deu conta de que fez algo errado. Assim, permaneceu mais de 24 horas na casa desnecessariamente, apenas para alimentar a audiência.

Dados do Ibope confirmam que a estratégia foi bem-sucedida. "A Fazenda" foi líder de audiência em São Paulo com média de 13,1 pontos, seguida da Globo (12,3) e do SBT (11,4).

Mion x Justus

Um momento curioso do programa desta quinta-feira merece ser registrado. O apresentador Marcos Mion revelou que estava se sentindo triste com a eliminação de Catia. "As vezes eu queria ser mais robótico", disse, ao expor a sua emoção. A frase lembrou a todos de Roberto Justus, o apresentador anterior da "Fazenda", que apelidei de "Robozinho Justus", exatamente pela sua falta de jogo de cintura.

Em entrevista ao canal Pingue-Pongue com Bonfá, no You Tube, divulgada na manhã de quinta, Justus deu a entender que não gostou nem um pouco da experiência na "Fazenda". "O (Rodrigo) Carelli é um diretor difícil. É um perfeccionista, um dos melhores diretores com que já trabalhei, mas ele se intromete demais no programa. Ele fica na sua orelha o tempo todo", criticou, disse.

"Muitos dos problemas que os apresentadores da Fazenda têm [são por causa de Carelli]. Tanto o Britto quanto eu tivemos, e talvez o Mion tenha menos porque ele é um pouco mais rebelde. Mas ele [Carelli] buzina bastante, o tempo inteiro. É difícil trabalhar com um diretor assim, ele precisa confiar um pouco mais no apresentador."

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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