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Leitor vê erro de continuidade primário na superprodução “Ilha de Ferro”

Mauricio Stycer

21/11/2018 10h11

Lançada na última quarta-feira (14), "Ilha de Ferro" é um investimento da Globo com o objetivo de conquistar assinantes para o seu serviço de streaming. Como isca, ou aperitivo, o primeiro episódio foi exibido na TV, na sessão Tela Quente, nesta segunda-feira (19).

Como foi possível ver, trata-se de um drama pesado, ambientado em uma plataforma de petróleo, em alto-mar, e em terra. O protagonista é Dante (Cauã Reymond), um petroleiro experiente, que ambiciona se tornar gerente do lugar, mas é ultrapassado por Júlia (Maria Casadevall), filha do ministro das Minas e Energia.

A produção de "Ilha de Ferro" é muito caprichada. Além da recriação em estúdio de uma plataforma de petróleo, a Globo recorreu a muitos efeitos especiais para simular as situações de perigo (várias explosões, acidentes, a queda de um helicóptero etc). Segundo a emissora, este esforço exigiu da equipe de efeitos visuais mais de 30 mil horas de trabalho.

Nada disso impediu um erro primário, notado pelo leitor Rodrigo. No terceiro episódio, um dos mais tensos, o petroleiro Astério (Milhem Cortaz) é informado que a Justiça decretou a sua prisão. Na tentativa de fugir, ele se esconde na própria plataforma, mas é localizado por Dante.

Armado com uma faca, Astério acerta um golpe no braço direito de Dante, que leva a mão esquerda ao local do corte. Vinte segundos depois, o petroleiro leva a mão direita ao braço esquerdo. E cinco segundos depois, inverte novamente o local do corte, e coloca a mão esquerda no braço direito. Por fim, alguns minutos depois, Dante surge com um curativo no braço esquerdo.

"Que loucura, meu amigo", escreveu o "detetive" Rodrigo. Pois é…

Em tempo: Outros leitores argumentam que, na verdade, a impressão de erro ocorre por uso de imagens invertidas, tomadas sempre do mesmo ponto de vista. Pode ser. Mas, como eu disse, a troca de braço ocorre em intervalos de poucos segundos, o que causa evidente estranhamento e dá a sensação de erro, não de efeito.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.