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Fazenda: Brigas de Ana Paula e Nadja parecem escritas por autor de novelas

Mauricio Stycer

11/10/2018 05h01


Como todo fã da "Fazenda", estou de luto. Na noite desta quinta-feira (11), Marcos Mion vai anunciar a eliminação de Ana Paula Renault ou de Nadja Pesssoa, duas das participantes mais doidas que já tivemos a oportunidade de ver sob o mesmo teto num reality show.

Ambas têm talentos especiais para quem gosta de programas deste tipo. São muito diferentes, mas altamente capacitadas. Em uma novela, seriam as antagonistas perfeitas, Uma é quente, a outra é fria. Uma é muito expressiva, a outra estuda os seus gestos. Uma é incontrolável, a outra também.

Ana Paula, a protagonista do "BBB16", é pura emoção. Diz tudo que pensa, a toda hora, para todo mundo. Não esconde se gosta ou se odeia alguém. O seu jeito transparente e intenso, claro, agrega, mas também intimida os companheiros de confinamento.

Nadja, revelação do "Power Couple", é puro cérebro. Também diz tudo que passa pela cabeça, o tempo todo, para todos. Mas, por transmitir frieza, provoca mais desconfianças do que adesões. Não parece preocupada em fazer amigos, mas sim aliados.

Ana Paula e Nadja, aparentemente, se deram bem na primeira semana da "Fazenda", mas logo começaram a se estranhar e, em pouco tempo, já estavam discutindo. Nesta terceira semana, a situação se agravou e as brigas adotaram tons épicos.

Como ambas são inteligentes, as discussões são bem construídas, como se tivessem sido escritas por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva ou Walcyr Carrasco. Ou, quem sabem por um autor da Televisa. Veja essa, por exemplo:

Nadja: Você acha que é a dona do Brasil, uma manipuladora nata. Todo mundo tem medo de você, porque você se acha a dona do reality. Você se acha a mais maravilhosa aqui e eles acham que, se se alinharem a você, vão ficar fortes. É igual gado, tudo comprado.
Ana Paula: Nadja, quando você sair daqui, procura um médico.
Nadja: Você que precisa procurar um psiquiatra. Acho que você esqueceu seu remédio hoje.
Ana Paula: E você precisa de um transplante de cérebro.

Ou essa aqui:

Ana Paula: Eu tenho prazer em pisar em você.
Nadja: Sua ignorante, sua vaca.
Ana Paula: Você é a pior pessoa que eu tive o desprazer de conhecer. Tudo o que você toca, fica tenso. Você é podre.
Nadja: Você vive falando mal de todo mundo, pisando nas pessoas. Falou até que você ganhou o melhor cachê.
Ana Paula: Em você, eu tenho o prazer de pisar mesmo. Eu falei que o meu cachê era maior que o seu e foi mesmo. Você é seca, não deve ter amigos.
Nadja: Cala a sua boca, barraqueira, que ainda bateu no cara no outro reality.
Ana Paula: Vai ficar sozinha lá no quarto de novo, você deixa o ambiente pesado.


O texto ficou longo e acabei deixando de lado outro bom personagem desta edição, o ex-Pânico Evandro Santo. Ele foi para roça com Ana Paula e Nadja e virou o fazendeiro da semana. As suas brigas com a ex-BBB também tem sido antológicas.

Um dos mistérios, para mim, desta roça foi a decisão de Ana Paula pedir aos colegas para ser indicada. Com a sua experiência, ela sabe que não se faz isso em reality show. Ou está muito confiante que o seu fã-clube a manterá na "Fazenda" ou se cansou e resolveu ir embora. Mas não creio muito nesta segunda hipótese.

Enfim, só nos resta agora aguardar o anúncio de Mion e lamentar por quem deixar, tão cedo, esta boa edição do reality da Record.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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