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Rotina de punições cria intrigas, mas deixa “A Fazenda” com cara de escola

Mauricio Stycer

29/09/2018 12h14

Léo Stronda lê punição para os peões de "A Fazenda 10"

Na manhã deste sábado (29), os participantes da "Fazenda" receberam a agradável notícia de que ficarão sem água quente por 24 horas. A sorte deles é que não está muito frio. A punição foi causada por Nadja Pessoa – ela se esqueceu de colocar o microfone enquanto se arrumava para a festa na noite de sexta (28). Ainda neste sábado, foram informados também que ficarão 12 horas sem gás – Aloísio Chulapa escovou os dentes na pia de dentro da sede, o que é proibido.

Com esta, já são oito punições em pouco mais de uma semana de "Fazenda". Quase todo dia alguém desrespeita algum tópico do regulamento e, em consequência, causa uma punição a todos.

O princípio é interessante. Ao punir todos pelo erro de um, a direção do reality estimula mágoas, rancores e ajuda a criar intrigas. Também facilita aos peões encontrarem justificativas para tomar decisões – votos na roça, por exemplo.

O regulamento da "Fazenda" está à disposição de todos. Em tese, sem muita coisa para fazer durante o confinamento, todos deveriam ler e decorar as regras. Fora que ganham cachê para participar. O problema é que há regras demais. E, como ocorre na escola, muita gente acha que dá para passar de ano sem estudar a matéria.

Algumas regras que já foram descumpridas nesta edição: não pode trocar de roupa dentro do banheiro (24 horas sem água), desrespeito ao sinal sonoro para acordar e cuidar da vaca (24 horas sem pão), levar comida ou bebida para dentro da casa (12 horas sem água encanada), fazer xixi fora do banheiro (12 horas sem gás), regar as plantas com água que não é do poço (24 horas sem carne).

No fundo, é um sistema exageradamente rígido e infantil. Vistas em sequência, estas punições lembram muito escola e soam ridículas.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.