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Balanço de dois anos mostra o esgotamento precoce do “Programa do Porchat”

Mauricio Stycer

24/08/2018 11h34


Fábio Porchat festejou nesta quinta-feira (24) os dois anos da estreia de seu talk show na Record. Foi um programa especial, sem nenhuma entrevista, exclusivamente dedicado a brincadeiras com convidados.

"Dois anos de programa e eu não podia estar mais feliz. E para comemorar hoje, eu entrevisto sabe quem? Ninguém!", anunciou o apresentador na abertura. "Foram 816 convidados, dois cachorros e um macaco" (o falecido Twelves).

Para justificar a ausência de entrevistas, Porchat brincou dizendo que mandou lavar o sofá. "Tava ficando com cheiro de estofamento de Uber".

Um vídeo de retrospectiva lembrou brevemente a participação de 14 convidados – cinco deles funcionários da própria Record, dois do SBT e um da Gazeta: Jô Soares, Marília Gabriela, Gugu, Xuxa, Anitta, a dupla Rionegro & Solimões, Sasha, Raul Gil, Marcos Mion, Ronnie Von, Sabrina Sato, Marcelo Rezende e Danilo Gentili.

O programa comemorativo foi dividido em três blocos, com diferentes quadros de humor. O primeiro com os humoristas Evandro Santo e Rafael Portugal. O segundo com Narcisa Tamborindeguy e David Brazil. E o último com a cantora Jojo Todynho.

A ênfase no humor (e na gritaria) resume bem a dificuldade que Porchat enfrenta neste segundo ano – o esgotamento precoce de uma fórmula que chegou a parecer atraente.

O programa está desinteressante, a produção dá sinais de pouca criatividade e o apresentador parece no piloto automático. Com audiência na faixa dos 3 pontos, metade da registrada pelos outros dois talk shows de fim de noite da TV aberta ("The Noite", no SBT, e "Conversa com Bial, na Globo), na verdade, Porchat não tem muito o que comemorar.

O que escrevi na estreia
Divertido e bem produzido, Porchat estreia com convidados inexpressivos

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.