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As quatro razões da Turner para fechar os canais do Esporte Interativo

Mauricio Stycer

09/08/2018 16h08


Uma entrevista de Antônio Barreto, gerente geral da Turner para o Brasil, para Samuel Possebom, do site Tela Viva, esclarece questões importantes a respeito da decisão, anunciada nesta quinta-feira (09), de fechar o canal Esporte Interativo.

Em primeiro lugar, Barreto elenca os quatro motivos que levaram à decisão: 1. Retração no mercado de TV por assinatura (houve perda de quase 2 milhões de assinantes nos últimos três anos); 2. Custo crescente dos direitos esportivos; 3. Forte retração no mercado publicitário; 4. Custo de manter os dois canais do EI no ar.

O fim dos canais vai implicar na exibição dos jogos da Champions League e do Brasileirão nos canais TNT e Space. O primeiro tem 14 milhões de assinantes e o segundo cerca de 12 milhões – muito mais que os canais do EI, disponíveis nos pacotes das grandes operadoras por preços mais altos.

Por este motivo, a Turner pretende incluir nos valores negociados do TNT e do Space o custo desse conteúdo esportivo adicional. As operadoras que não se interessarem distribuirão uma versão dos dois canais sem as janelas de esporte na programação.

A expectativa da Turner é que, além dos jogos em si, sejam exibidos programas esportivos pelo menos duas vezes por dia nos canais como forma de gerar engajamento de audiência.

A Copa do Nordeste não será exibida pelos canais da Turner. O canal licenciou os direitos de exibição na TV aberta com o SBT, que deve continuar a mostrar a competição.

O canal ainda não sabe o que fará com os direitos da série C de futebol e o campeonato de aspirantes da CBF.

Sobre a Champions no Facebook, Barreto informou ao site Tela Viva que a Turner está atuando em conjunto com a empresa de Mark Zuckerberg. Por isso, o conteúdo de Champions adquirido pelo Facebook será exibido por meio da página do Esporte Interativo na plataforma digital.

A íntegra da entrevista de Barreto ao jornalista Samuel Possebom pode ser lida aqui. O executivo e o jornalista abordam outras questões importantes, como as implicações no Brasil da fusão da AT&T com a Warner (que é dona da Turner) e a da fusão da Disney (dona da ESPN) com a Fox. Vale a leitura.


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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.