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Em 5 dias, Globo exibe três casamentos desfeitos no altar em três novelas

Mauricio Stycer

31/07/2018 20h47

Casamento marcado para o meio da novela costuma dar errado: ou é desfeito no altar ou termina antes do final da trama. É um clichê clássico na teledramaturgia. Mesmo sendo muito comum, não deixa de ser surpreendente que três novelas da Globo tenham exibido cenas quase idênticas no intervalo de cinco dias – duas delas, na mesma noite, nesta terça-feira (31).


Na sexta-feira (27), em "Segundo Sol", o casamento de Cacau (Fabiula Nascimento) e Roberval (Fabrício Boliveira) não se concretizou e terminou em barraco. Após saber por Rochelle (Giovanna Lancellotti) que a noiva estava tendo um caso com Edgar (Caco Ciocler), o noivo disse "não" no altar e fez questão de humilhar a chef de cozinha na frente de todos os convidados, rasgando o seu vestido. Uma cena meio Walcyr Carrasco, meio Nelson Rodrigues.


Nesta terça-feira (31), em "Orgulho e Paixão", Charlotte (Isabella Santoni) resolveu ajudar o irmão Darcy (Thiago Lacerda), que estava se casando com Susana (Alessandra Negrini) para evitar que Elisabeta (Nathalia Dill) fosse presa. A jovem interrompeu a cerimônia momentos antes do "sim" e assumiu a autoria na explosão da fábrica, motivo da chantagem contra Elisabeta. Nesta quarta (01) Charlotte dá um jeito de chamar a polícia para ser presa e Darcy abandona Susana no altar, deixando-a muito inconformada.


Também nesta terça, na estreia de "O Tempo Não Para", Marocas (Juliana Paiva) disse "não" para Bento (Bruno Montaleone) no altar. A cena, no prólogo da trama, se passa em 1886. A jovem estava sendo obrigada a se casar pelo pai, dom Sabino (Edson Celulari), homem poderoso, por supostamente ter perdido a honra – ela quase beijou Bento. Diferentemente das outras duas, esta cena foi rápida e cômica.

Em todo caso, é muita falta de imaginação três casamentos desfeitos no altar em três novelas em tão pouco tempo.


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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.