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Bruxinhas de “Deus Salve o Rei” reinventam o clichê do teste de DNA

Mauricio Stycer

23/07/2018 22h51


É difícil uma novela conseguir escapar do clichê do golpe da barriga ou da falsa atribuição de gravidez. Nem mesmo uma trama ambientada na Idade Média, como "Deus Salve o Rei", conseguiu evitar o lugar comum.

Já há mais de um mês, Catarina (Bruna Marquezine) informou a Afonso (Romulo Estrela) que está grávida dele. Ele acreditou porque acordou ao lado dela uma manhã, sem se lembrar do que aconteceu na noite anterior. Na verdade, os espectadores sabiam que ela havia engravidado antes, em sua passagem pelo reino do inimigo Otavio (Alexandre Borges).

A gravidez de Catarina era o último empecilho para a reconciliação de Afonso com a mocinha Amália. Nesta segunda-feira (23), começando a última semana da novela, solucionou-se este problema. Com a ajuda das bruxinhas Selena (Marina Moschen) e Agnes (Mel Maia), o rei conseguiu reconstituir os acontecimentos da noite em que se deitou com a vilã.

Assim, Afonso se lembrou que Catarina apareceu diante dele naquela noite como se fosse Amália (Marina Ruy Barbosa). Isso ocorreu graças a um feitiço da bruxa Brice (Bia Arantes). E também se lembrou que apagou sem consumar o ato sexual. Assim, com esta memória, ficou provado que não é o pai do filho da supervilã Catarina.

Um detalhe curioso da cena é que, em seu estado de estupor quase permanente, Afonso nem se surpreendeu ao descobrir que Selena, chefe da guarda real, é uma bruxa. Mas tudo bem.

É verdade que "Deus Salve o Rei" não conseguiu evitar o clichê da falsa atribuição de gravidez, mas reinventou o teste de DNA, recurso que seria utilizado em qualquer outra novela. Como não havia esse conhecimento na Idade Média, as bruxinhas deram conta do recado.


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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.