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Geraldo Luís seria uma boa opção como apresentador do “Vídeo Show”

Mauricio Stycer

22/07/2018 18h17


A trajetória e o drama de uma bailarina do "Clube do Bolinha", programa exibido pela Band entre as décadas de 1970 e 1990, foi o tema do "Domingo Show" esta semana. Cleusa Maria, conhecida como Zulu, a "bolete" que não sorria nem falava, ganhou homenagem caprichada de Geraldo Luís.

Por duas horas e meia, toda a duração de sua atração na Record, o apresentador fez suspense, prometendo anunciar a razão pela qual Zulu não sorria no programa de auditório de Édson Cury, o Bolinha (1936-1998). Só no finzinho, Geraldo permitiu a Cleusa informar que uma paralisia facial, adquirida na infância, a impede de sorrir.

O "Domingo Show" teve o mérito de lembrar de Bolinha e de seu programa, uma atração que ocupou a grade da Band por mais de 20 anos. Geraldo usou, ao longo da gravação, duas camisas espalhafatosas que eram uma marca do apresentador. Além de Zulu, outras "boletes" da época apareceram na homenagem.

Geraldo, infelizmente, sempre exagera na exploração dos dramas e faz suspenses infinitos com qualquer bobagem. É uma marca triste do seu programa. A história da "bolete" Zulu, por exemplo, daria uma excelente reportagem de cinco ou dez minutos – em duas horas e meia ficou insuportável. Mas não se pode negar que o apresentador tem faro para boas histórias e respeito pelo passado na da televisão.

Sei que me falta talento, mas vou tentar imitar o amigo Chico Barney, que costuma apresentar excelentes sugestões para a programação da TV brasileira, e dar uma dica para a Globo: Geraldo Luís poderia ser um excelente apresentador do "Vídeo Show".

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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