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Indicações ao Emmy mostram que as grandes redes de TV não estão mortas

Mauricio Stycer

13/07/2018 05h01


O noticiário sobre as indicações ao 70º Emmy privilegiou, com certa razão, o duelo entre Netflix e HBO. Pela primeira vez na história, o serviço de streaming superou, em volume, o canal a cabo, com 112 indicações contra 108. É uma notícia importante, pelo simbolismo envolvido, mas acabou deixando em segundo plano uma outra informação não menos relevante. A NBC ficou em terceiro lugar neste ranking, com 78 indicações.

O canal aberto, a quem caberá exibir a cerimônia de premiação este ano, em 17 de setembro, mostrou a vitalidade de um ramo da indústria que muitos consideram condenado e à beira da morte.

É verdade que não é uma tendência geral – as 78 indicações representam o dobro do que as outras três grandes redes, ABC, CBS e Fox, conseguiram juntas. Em todo caso, parodiando o escritor Mark Twain (1835-1910), as redes de televisão podem dizer que "as notícias sobre a minha morte são muito exageradas".

"Game of Thrones", da HBO, lidera a disputa com 22 indicações, seguida por "Westworld", também da HBO, e "Saturday Night Live", da NBC, com 21 cada. Alec Baldwin, por sua imitação de Donald Trump no humorístico (imagem acima), foi indicado novamente.

Um número espetacular de indicações não é sinônimo de muitos prêmios. A Netflix sabe disso. Assim como ocorreu em 2017, quando o Hulu se tornou o primeiro serviço de streaming a vencer na categoria mais nobre, de melhor série dramática, com "Handmaid's Tale", é possível que a Netflix perca novamente para a segunda temporada da série da rival. E, em comédia, outro concorrente do streaming, a Amazon, é favorita com "The Marvelous Mrs. Maisel".

Sobre a cerimônia de entrega, em setembro, é possível dizer que vai manter a temperatura política alta. Stephen Colbert, que apresentou em 2017, vai ser substituído por Colin Jost and Michael Che, as estrelas do quadro "Weekend Update", do "Saturday Night Live", da NBC. A direção do programa caberá a Lorne Michaels, lendário executivo à frente do mesmo humorístico.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.