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Duas ou três coisas que você talvez não saiba sobre a série "Seinfeld"

Mauricio Stycer

14/05/2018 13h32

Há 20 anos, em 14 de maio de 1998, ia ao ar nos EUA o último episódio de "Seinfeld". Foi ao ar originalmente na NBC a partir de 1989 e teve 180 episódios ao longo de nove temporadas. É, na minha opinião, a mais engraçada sitcom já feita.

No livro "Top of the Rock", o executivo Warren Littlefield conta bastidores sobre o nascimento da série. A NBC comprou a ideia de Jerry Seinfeld e Larry David e aprovou a realização de um programa-piloto em 1988. Exibido em sessões fechadas, para diferentes tipos de público, produziu a pior das impressões. O relatório com o saldo destas sessões termina com as seguintes palavras: "Desempenho do piloto: FRACO".

"Televisão não é ciência, e o público não reage bem a coisas novas ou diferentes", diz Littlefield no livro. Engavetado por um ano, o projeto mereceu uma nova chance em 1989, quando a NBC encomendou quatro episódios a Seinfeld e David. Várias sugestões de mudanças foram feitas, mas a dupla não as acatou. "Ainda bem que eles não me ouviram", diz Perry Simon, então um dos executivos da emissora.

No livro "Seinfeldia", a jornalista Jennifer Keishin lembra que Seinfeld e David não tinham qualquer experiência em TV, o que os ajudou a subverter o formato das "comédias de situação". Estabelecerem como premissa que nenhum episódio terminaria com abraços entre participantes ou lições para o público ("no hugging, no learning").

No Brasil, "Seinfeld" foi exibido pelo canal pago Sony. Atualmente, está fora da programação. A série está disponível em DVD e no serviço de streaming Prime Video, da Amazon.

Segundo o site Vulture, até 2014, a venda da série para reexibição já havia rendido US$ 3 bilhões aos donos dos direitos. Seinfeld ganhou US$ 100 mil por episódio nas primeiras temporadas. Nas duas últimas, recebeu US$ 1 milhão por episódio. A NBC ofereceu US$ 5 milhões por episódio para uma décima temporada, mas ele recusou.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

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