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No confronto entre duas derrotadas, Bibi se mostra maior que Silvana

Mauricio Stycer

17/10/2017 22h50


Por mais de seis meses, desde a estreia, o espectador de "A Força Do Querer" acompanhou a derrocada de duas personagens – Bibi (Juliana Paes), a mulher cega de amor pelo traficante de drogas, e Silvana (Lilia Cabral), a jogadora compulsiva incapaz de enxergar o seu vício.

Por breves momentos, as duas se cruzaram na trama. Primeiro, Bibi ajudou Silvana a escapar de uma enrascada causada pelo jogo. Depois, Bibi pediu abrigo na casa de Silvana quando precisou se esconder da polícia.

No capítulo desta terça-feira (17), as duas voltaram a se encontrar, em uma grande cena. Sem marido, sem emprego e sem um tostão no bolso, Bibi foi buscar o dinheiro que deixou escondido na casa de Silvana. E descobriu que a jogadora perdeu a pequena fortuna nas mesas de pôquer.

Ao choque se seguiu, inicialmente, a raiva. "Eu mereço. Como eu deixei minhas coisas na mão de uma doente como você, uma viciada. Você é doente! É viciada!", gritou Bibi. Silvana prometeu repor o dinheiro. "Como vai repor? Jogando? Eu tô na merda, Silvana. Só tenho isso aqui", continuou.

Passado o choque, Bibi olhou para Silvana e sentiu pena. E abraçou a mulher que perdeu todo o seu dinheiro. Em seguida, planejando abrir um brechó, pediu que ela pagasse com roupas usadas de seu armário.

Contando para sua mãe, Aurora (Elisângela), o que aconteceu, Bibi resumiu: "Primeiro, pensei em dar nela. Depois, fiquei com pena."

A grande sacada de Gloria Perez foi mostrar que Bibi, com todos os seus erros e problemas, foi maior que Silvana – e esta acabou sendo a cena mais forte e interessante do capítulo, que terminou com a morte rocambolesca de Irene (Debora Falabella).

Depois que Mira (Maria Clara Spinelli) resolveu contar tudo para Dantas (Edson Celulari), com medo de morrer, a trajetória da grande vilã de "A Força do Querer" começou a caminhar para o fim.

A sua morte foi encenada como uma homenagem a filmes de terror. Irene encontrou as suas vítimas, Elvira (Betty Faria) e Garcia (Othon Bastos), mais Eurico (Humberto Martins), Dantas e Silvana em um edifício-garagem. Ao fundo, um grupo de amigos de Yuri (Drico Alves), todos fantasiados, corriam pelas escadas. Em meio a delírios, Irene acabou caindo no fosso de elevador.

Ivan (Carol Duarte) contou ao pai que marcou a cirurgia para a retirada dos seios. "Você consegue se ver carregando dois seios?", perguntou. "Claro que não", respondeu Eugênio (Dan Stulbach). "Eu também não. E eu não aguento mais", concluiu Ivan. Em outra sequência, Eugênio e Joyce (Maria Fernanda Cândido) concordaram, finalmente, que precisam apoiar a cirurgia de Ivan.

Já Ruy (Fiuk) segue em estado de autoengano. Ao receber o exame de DNA que mostra que Ruyzinho não é seu filho, ele disse a Cibelle (Bruna Linzmeyer): "Ele é meu filho, claro que ele é meu filho".

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.