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Por “decisão artística”, Globo altera ordem de exibição de Cidade Proibida

Mauricio Stycer

27/09/2017 17h12


Na semana anterior à estreia de "Cidade Proibida", a Globo lançou em seu aplicativo de streaming dois episódios da série, intitulados "Laura" e "Paula". Mas nesta terça-feira (26), ao exibir o programa pela primeira vez na TV, levou ao ar outro episódio, "Lídia".

Não é a primeira vez que a emissora oferece aos assinantes do seu serviço online a oportunidade de ver, antes da TV, algum programa novo. Mas nunca havia ocorrido esta situação.

Questionei a Globo sobre a razão de ter feito isso. Foi "uma decisão artística", justificou a emissora, sem dar mais detalhes. E acrescentou: "Os dois já disponíveis no Globo Play serão exibidos na TV aberta nas semanas seguintes, sem impacto no acompanhamento da série, que conta com episódios independentes."

A questão é que a emissora não avisou aos seus clientes do streaming que iria exibir na TV um episódio diferente do que estava oferecendo no aplicativo. Ou seja, quem viu os dois que a Globo colocou online certamente não ligou a televisão na terça-feira.

Em outras palavras, a Globo parece estar considerando que o seu cliente de streaming não vê mais televisão de forma convencional. É um outro espectador mesmo.

Criada por Mauro Wilson e Maurício Farias, a série é protagonizada por Vladimir Brichta, Regiane Alves, Aílton Graça e José Loreto. A cada episódio, o detetive Zózimo, vivido por Brichta, investiga um caso novo de adultério. "Lídia" foi vivida por Claudia Abreu, enquanto "Laura" é Mariana Lima e "Paula" ganhou o rosto de Giovanna Antonelli.

Exibido depois de "A Força do Querer", que nesta terça bateu recorde em São Paulo com 44,2 pontos, "Cidade Proibida" derrubou a audiência da emissora, marcando 21,1 na estreia. Apresentado na sequência, "Filhos da Pátria" também foi mal, com 11,8 – uma queda forte em relação aos 15 pontos da estreia, na semana anterior.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

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