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Net diz que consumidor vai pagar os “centavos” do acordo com a Simba

Mauricio Stycer

21/09/2017 11h14


O presidente do grupo América Móvil no Brasil, que reúne Net, Claro e Embratel, deu detalhes, pela primeira vez, do acordo firmado pela empresa com a Simba, joint-venture que reúne Record, SBT e RedeTV!. José Felix confirmou que o valor pedido inicialmente pelas emissoras foi de R$ 15 por assinante e disse que o acerto acabou sendo de "poucos centavos" por assinante.

"São poucos centavos, mas todos são centavos nesse negócio", afirmou o executivo a um grupo de jornalistas especializados durante o Telebrasil, um evento promovido pela Associação Brasileira de Telecomunicações, que reúne operadores e fornecedores do setor, em Brasília.

"A impressão que tenho é que o pessoal da Simba caiu na realidade. A realidade de televisão por assinatura em um momento de estagnação da economia como a gente vive não é nada compatível com a ideia de se pagar R$ 15 por assinante", disse Felix.

O executivo avalia, no entanto, que o acordo não terá longa duração. "Não sei quanto tempo esse acordo vai durar. No futuro essas coisas não vão se sustentar. TV paga é TV paga. TV aberta é TV aberta e cada um tem que viver com seus meios. Houve muitas adesões à nossa tese de que um sinal que está no ar não tem que ser pago", disse.

Ainda segundo Felix, quem vai pagar pelo acordo é o consumidor: "Ficou claro para todos que não houve apoio incondicional da sociedade de que tem que pagar. Porque quem vai pagar isso é o consumidor final, é óbvio."

Segundo o executivo não houve ganhadores nem perdedores. "Houve uma negociação e os dois lados abriram mão de suas convicções. Eles estavam convictos de que tinham um valor X para seu conteúdo, abriram mão dessa convicção. Nós estávamos convictos de que não tínhamos que pagar por TV, abrimos mão desse negócio e fechamos um acordo."

Com informações dos sites Teletime e Convergência Digital.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.