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Em evento de moda, Jim Carrey filosofa sobre a falta de sentido da vida

Mauricio Stycer

12/09/2017 02h04

Uma entrevista de Jim Carrey ao canal E!, gravada na noite de sábado (9), em Nova York, deu um nó na cabeça de todo mundo que a assistiu (veja no vídeo acima).

Convidado de uma festa durante a Semana de Moda, Carrey atendeu a uma repórter no tapete vermelho e, por dois minutos, agiu e falou de forma desconcertante.

Inicialmente, ele ficou dando voltas em torno da entrevistadora. E a primeira coisa que disse foi: "Nada disso aqui faz sentido". E acrescentou: "Eu procurei a coisa mais sem sentido onde eu poderia ir, e aqui estou." A repórter tentou dizer algo, e Carrey repetiu: "Você tem que admitir: isso não faz nenhum sentido."

Patrocinado pela revista Harper´s Bazaar, o evento foi batizado como "Festa dos Ícones", o que levou o ator a outra consideração surpreendente: "Você acredita em ícones? Eu não acredito. Eu não acredito que você existe!".

E mais: "Eu acredito que exista um campo de energia dançando por conta própria e eu não me importo." Ao final da conversa, ele diz: "A gente não importa. A gente não importa. E essa é a boa notícia".

As reações ao vídeo foram do choque ao deboche. Tenho a impressão de que, por mais que ele pareça confuso, está rindo de tudo aquilo.

"Esse endeusamento de pessoas não é uma coisa saudável"

Em entrevista publicada nesta terça-feira (12) pelo site IndieWire, Carrey explicou sua performance de sábado no tapete vermelho da "Festa dos Ícones", da Harper´s Bazaar. Ele reconheceu que não foi muito respeitoso com a repórter do canal E!, mas se justificou: "Esse negócio de ícones é um endeusamento estranho de pessoas. Nunca é, realmente, uma coisa saudável".

"Toda vez que algo assim acontece, eu olho e digo: 'Ai, meu Deus, eu realmente não fui muito respeitoso com o que eles estavam tentando fazer'. Mas, ao mesmo tempo, as pessoas são atraídas por isso. Porque é besteira, não significa nada. O que é um ícone? É como… são idéias abstratas. Eu penso com carinho sobre alguns personagens meus, mas esse negócio de ícones é um endeusamento estranho de pessoas. Nunca é, realmente, uma coisa saudável".

Atualizado às 16h.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.