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Única a fechar acordo com a Simba, Vivo ganhou assinantes após impasse

Mauricio Stycer

05/08/2017 06h11


Quatro meses depois de instalado um impasse entre os canais que formam a Simba (Record, SBT e RedeTV!) e as principais operadoras de TV por assinatura do país, surge uma primeira luz no fim do túnel. A Vivo, terceira maior operadora na Grande São Paulo, chegou a um acordo de remuneração com a empresa que representa as emissoras de TV.

Como antecipado pelo colunista Flavio Ricco, o valor acertado ficou em torno de R$ 1 por cliente, a ser dividido pelas três emissoras. É muito menos do que os R$ 15 por assinante pedidos inicialmente. Mas é sinal que a ideia de buscar algum tipo de remuneração não é estapafúrdia.

Os canais que formam a Simba apostaram no confronto com as principais operadoras de TV paga na crença de que os assinantes ficariam do seu lado e pressionariam Net-Claro, Sky, Vivo e Oi na direção de um acordo. Não foi exatamente o que aconteceu.

Desde o início, a Vivo foi a única das quatro empresas que mostrou disposição para negociar. Por este motivo, a Simba autorizou que os sinais de Record, SBT e RedeTV! continuassem sendo oferecidos aos clientes da operadora antes mesmo que algum negócio fosse fechado. Nas demais, estão suspensos desde o dia 29 de março na Grande São Paulo e em Brasília.

Os dados do mercado de TV por assinatura na Grande São Paulo referentes aos meses de março, abril e maio apontam um dado curioso. Enquanto Net e Sky perderam assinantes, a Vivo ganhou (a Oi é irrelevante no mercado paulistano).

Em março, as três empresas do grupo Net na Grande São Paulo (inclui Claro e Embratel) somavam de 2.611.715 assinantes. Em abril, esse número caiu para 2.582.695 e ao final de maio chegou a 2.507.196 – uma perda total de 104.519 assinantes. Já a Sky contava 645.079 assinantes em março, caiu para 622.517 em abril e para 604.943 em maio – uma perda de 40.136 clientes.

A Vivo, por sua vez, contava com 542.126 assinantes em março, passou para 548.893 em abril e atingiu 552.451 em maio – um ganho de 10.325. Não é muito, mas vai na contracorrente da tendência do setor, que perdeu clientes no período.

Não é possível afirmar que estes números se explicam pelas diferentes posições que as empresas adotaram nas negociações com a Simba. Assim que os números dos próximos meses (junho e julho) estiverem disponíveis será possível verificar se esta tendência se mantém, ou não.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.