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Para compensar caos na seleção do X Factor, Band exibe mensagens educativas

Mauricio Stycer

01/08/2017 05h01


A seleção dos candidatos que iriam participar do "X Factor Brasil", realizada pela Band na Arena Corinthians, em São Paulo, em julho de 2016, revelou-se um show de horror. Foram dezenas de queixas, protestos e denúncias contra a falta de estrutura montada pela emissora e pela produtora Fremantle para receber 30 mil candidatos de todo o país.

Os relatos de participantes deram conta de espera de até 14 horas, em pé, em filas, para cantar brevemente para os jurados. Além da desorganização, as queixas se estenderam à falta de estrutura. Segundo os relatos havia apenas seis banheiros químicos à disposição de milhares de pessoas. Também houve relatos de pessoas que teriam sido assaltadas nas intermináveis filas.

Noticiado pelo blog em 11 julho, o caos levou a Freemantle a divulgar um pedido de desculpas no dia seguinte, o que não minimizou os incômodos causados.

A Procuradoria da República em São Paulo instaurou inquérito para apurar os incidentes ocorridos na seleção. No último dia 21 de julho, um ano depois dos fatos, a Band aceitou oferecer uma compensação pelas irregularidades cometidas.

O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF/SP) e a emissora assinaram um Termo de Acordo e Compromisso no qual a Band se comprometeu a produzir e veicular propaganda de natureza pedagógica e social com o objetivo de coibir a prática do cyberbullying entre crianças e adolescentes.

As mensagens serão exibidas por 30 dias, até o final de agosto, com inserções em diferentes horários durante a programação voltada para o público infanto-juvenil.

Segundo o MPF, durante o inquérito a emissora argumentou que as falhas ocorreram em consequência do número excessivo de candidatos, quase três vezes maior do que o inicialmente esperado na seleção.

Sem saber se haverá uma nova temporada do "X-Factor", o MPF propôs como solução para o caso a compensação por meio da campanha de interesse social. No início de julho, o colunista Flavio Ricco noticiou que a Band decidiu não continuar com o show de talentos.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.