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“Efeito Trump” pode ter influído em duas indicações e uma esnobada no Emmy

Mauricio Stycer

13/07/2017 15h12


Entre as dezenas de indicações ao Emmy, anunciadas nesta quinta-feira (13), duas podem ser creditadas, ao menos indiretamente, ao clima político nos EUA pós-Trump.

Alec Baldwin foi indicado como ator coadjuvante em comédia, enquanto Melissa McCarthy aparece na lista como atriz convidada em comédia, ambos por conta dos personagens que desenvolveram no "Saturday Night Live", da NBC.

Baldwin vem fazendo uma imitação de Donald Trump desde a campanha presidencial, enquanto Melissa se consagrou com a imitação de Sean Spicer, atual secretário de Imprensa da Casa Branca.

Ambas as imitações têm causado enorme repercussão – tanto de aplauso dos fãs quanto de irritação de Trump e de Spicer. O presidente dos EUA já publicou inúmeros desaforos no Twitter contra Baldwin por causa do personagem do ator no humorístico.

Por outro lado, a não indicação de Jimmy Fallon, do "Tonight Show", na categoria talk show, pode ser creditada à falta de disposição do apresentador em aprofundar temas políticos no seu programa. Sua entrevista com Trump, ainda durante a campanha presidencial, em 2016, que culminou em uma brincadeira com o cabelo do então candidato, foi vista como muito dócil e favorável.

Já a indicação de Stephen Colbert e Samantha Bee nesta mesma categoria, de talk show, está sendo atribuída ao fato de que os dois apresentadores têm apostado fortemente em humor político com viés crítico a Trump. Colbert será, também o apresentador da cerimônia de entrega do prêmio, o mais importante da TV americana, no próximo dia 17 de setembro.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.